Marcelo Rebelo de Sousa falava no Centro Comunitário Português da Virgínia, em Manassas, instituição fundada em 1987, numa cerimónia que contou com a presença o presidente deste município, Harry J. Parrish, e em que estiveram centenas de portugueses e lusodescendentes, alguns vindos também de Washington D.C e do estado vizinho de Maryland.

Dirigindo-se aos “queridos compatriotas”, o chefe de Estado exaltou a forma “como Portugal muda, como Portugal avança, como Portugal triunfa” e declarou: “Não deixamos de ser o velho Portugal, mas além do velho Portugal, no que tem de bom, somos um Portugal novo. Um Portugal de esperança, um Portugal de confiança, um Portugal de mudança, um Portugal de futuro”.

“Isto está a acontecer. E todos os que aqui estão sabem que está a acontecer, e à distância vibram com isso. Não deixam de vibrar com a terra de origem, com os familiares que por lá vivem, mas ao mesmo tempo vibram com a noção de que não é um país que parou no tempo. Não parou no tempo”, reforçou.

Marcelo Rebelo de Sousa foi aplaudido quando disse que pensava ser “o primeiro Presidente da República” a marcar presença naquele centro comunitário onde se juntam emigrantes portugueses e lusodescendentes do estado norte-americano da Virgínia, ligados sobretudo ao setor da construção civil, a maioria com a sua própria empresa.

O chefe de Estado qualificou como “excecional” a comunidade portuguesa nos Estados Unidos, elogiando os lusodescendentes pelo “peso que adquiriram pelas próprias mãos” neste país.

“Muitas e muitos vieram para aqui para recomeçaram as suas vidas e foi palmo a palmo que ficaram como ficaram e são hoje o que são: marcantes na vida norte-americana. E sabem que têm peso na vida norte-americana porque foram fiéis àquilo que é essencial na nossa maneira de ser: o trabalho, a honestidade, a lealdade, a solidariedade, o respeito pelos outros, a humanidade”, enalteceu.

José Morais, de 67 anos, nascido em Chaves, um dos fundadores do Centro Comunitário Português da Virgínia, disse à agência Lusa que na região norte da Virgínia residem entre sete mil e oito mil portugueses, quase todos originários do Minho, de Trás-os-Montes ou do Algarve.

“Toda a gente trabalha na construção. Só aqui em Manassas há cem empresas portuguesas: 90% ou mesmo 100% dos portugueses têm casa própria, aqui nas proximidades de Washington”, descreveu.

“Vivo na melhor comunidade portuguesa no mundo”, defendeu.

No Centro Comunitário Português da Virgínia realizam-se festas em ocasiões como a passagem de ano, a Páscoa ou o Dia da Mãe e funciona a Escola Marquês de Pombal, onde atualmente aprendem o português 21 crianças que, na cerimónia de hoje, cantaram os hinos de Portugal e dos Estados Unidos da América.

Marcelo Rebelo de Sousa congratulou-se com o facto de aqui a língua portuguesa ser passada “para as gerações mais jovens” e, com ela, “tradições, maneiras de ser”.

O Presidente da República chegou na terça-feira aos Estados Unidos para uma visita oficial de um dia e meio e será recebido hoje na Casa Branca, em Washington, pelo seu homólogo norte-americano, Donald Trump, pelas 14:00 horas locais (19:00 em Lisboa).