“Se há fundos públicos, não é possível nem desejável pagar o que se pagaria se fosse um banco privado sem fundos públicos”, disse o chefe de Estado aos jornalistas em Braga.
Marcelo Rebelo de Sousa remeteu para a posição que assumiu em junho, quando promulgou um diploma sobre o estatuto do gestor público.
O Presidente disse que antes da promulgação já havia a prática de gestores públicos poderem ter vencimentos acima do primeiro-ministro, mas sublinhou que, na altura, chamou a atenção para o facto de o Governo dever “estar muito atento” ao valor que fosse fixado e obrigar a que esses valores fossem acompanhados de resultados.
“Devia atender ao resultado da gestão, para não ficar a sensação de que havia valores muito elevados não acompanhados de resultados positivos”, acrescentou.
Disse ainda que, aquando da promulgação, também lembrava que bancos privados tinham cortado os vencimentos dos administradores até 50 por cento, quando receberam dinheiros públicos.
“Num banco onde há dinheiro público, tem de haver esse tipo de prática que houve nos bancos privados. (…) É essa a minha posição de princípio, não mudo de ideia”, rematou.
O novo presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai ganhar 423 mil euros anuais e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano, disse terça-feira o ministro das Finanças no parlamento.
Em resposta a uma questão do deputado social-democrata Duarte Pacheco sobre quais os salários auferidos pelo novo Conselho de Administração do banco público, Mário Centeno disse que o presidente do Conselho de Administração vai ganhar 423 mil euros anuais, que os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano e que os vogais não executivos vão ganhar 49 mil euros anuais.
O governante explicou que “a política remuneratória dos administradores da Caixa corresponde à mediana no setor em Portugal”, uma métrica que, segundo o ministro, não influencia o mercado “nem no sentido de o inflacionar nem no de [estes salários] estarem fora do mercado”.
Comentários