"Respeitando naturalmente a liberdade de comunicação e o papel dos órgãos de comunicação social, estou de acordo com o pedido de não se criar alarme nem alarido na opinião pública, para não dificultar as investigações", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, durante a Festa do Livro nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa.
Interrogado se este caso constitui um problema de segurança nacional, o chefe de Estado respondeu: "Eu acho que neste momento o sensato é não dizer nada. Quer dizer, é ter mais informação, é ter a informação mais completa possível".
"E então da parte do Presidente da República, viram como eu, na tragédia do Douro, estive silencioso até o mais tarde possível, precisamente para ter a certeza de que tinham os dados todos, uma vez que os dados parciais não jogavam uns com os outros", acrescentou, referindo-se à queda de um helicóptero de combate a incêndios florestais, em 30 de agosto, em que morreram cinco militares da GNR.
Sobre o caso da fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no distrito de Lisboa, no sábado, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que é preciso "dar tempo, algum tempo" às autoridades competentes para investigarem.
"É preferível apurar serena e cabalmente o que se passou e depois informar, a ter informações avulsas, dispersas, que por um lado criam confusão, por outro lado esclarecem pouco, e não sei se não podem até facilitar aqueles que fugiram", argumentou.
O chefe de Estado disse saber que "há uma preocupação da aceleração do tempo da parte da opinião pública e da comunicação social", mas contrapôs que "para quem investiga o tempo tem um valor fundamental para permitir a investigação".
"Às vezes, bem-intencionadamente, o facto de se especular se está aqui, está acolá, está a fazer isto, se há informações ou não, isso acaba por prejudicar as investigações e facilitar quem se encontra em fuga", advertiu.
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