A 18.ª reunião informal do Grupo de Arraiolos, que terá lugar num hotel do Porto, na sexta-feira, contará com a participação de 14 chefes de Estado e terá na agenda temas como a guerra na Ucrânia, alterações climáticas e migrações.

Neste encontro irá celebrar-se o 20.º aniversário do Grupo de Arraiolos, que junta anualmente presidentes sem poderes executivos de Estados-membros da União Europeia, uma iniciativa lançada em 2003 pelo então Presidente Jorge Sampaio.

Na sexta-feira, os chefes de Estado irão reunir-se em duas sessões, com intervalo para almoço, a primeira com início às 10:15 e a segunda às 14:30. No fim do debate, que é fechado à comunicação social, haverá uma conferência de imprensa conjunta, prevista para as 17:30.

Segundo a Presidência da República, "estarão presentes os chefes de Estado da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, da Bulgária, Rumen Radev, da Croácia, Zoran Milanovic, da Eslovénia, Natasa Pirc Musar, da Estónia, Alar Karis, da Finlândia, Sauli Niinistö, da Grécia, Katerina Sakellaropoulou, da Hungria, Katalin Novák, da Irlanda, Michael Higgins, de Itália, Sergio Mattarella, da Letónia, Edgars Rinkēvičs, de Malta, George Vela, e da Polónia, Andrzej Duda".

De acordo com uma nota divulgada na semana passada, os 14 chefes de Estado "abordarão informalmente e de forma reservada temáticas relevantes para a União Europeia e para além dela, com impacto importante nas suas sociedades, como a guerra na Ucrânia, as alterações climáticas, a sustentabilidade, os desafios das migrações, a situação política, económica e social na Europa".

Na sexta-feira, "juntar-se-á ao grupo, como convidado, o Presidente da Roménia, Klaus Iohannis", acrescentou a Presidência da República.

Após a reunião, haverá um jantar de chefes de Estado, às 20:00, no Palácio da Bolsa. Este encontro do Grupo de Arraiolos, o primeiro realizado em Portugal desde que Marcelo Rebelo de Sousa é Presidente da República, acontece oito meses antes das próximas eleições para o Parlamento Europeu, que estão marcadas para junho de 2024.

A Presidência da República enquadra o Grupo de Arraiolos como "um fórum de diálogo e cooperação" que procura contribuir "para uma Europa de paz e progresso, mais verde e mais sustentável, mais coesa, mais solidária e mais social, mais resiliente e mais convergente" e para a defesa dos "valores fundacionais" da União Europeia, "a democracia e o Estado de direito, a defesa do multilateralismo e o respeito e a promoção dos direitos humanos".

Em 2003, o então Presidente da República de Portugal, Jorge Sampaio, promoveu um encontro na vila alentejana de Arraiolos para discutir o futuro da União Europeia com um conjunto de chefes de Estado com poderes semelhantes aos seus, sem funções executivas.

Desde então, estes encontros informais têm tido periodicidade anual.

Em 2020, estava previsto realizar-se em Lisboa, entre 08 e 09 de outubro, a 16.ª reunião do Grupo de Arraiolos, o que acabou por não acontecer devido à pandemia de covid-19. Entretanto, a 17.ª reunião teve lugar em Roma, em 2021, e a 18.ª em Malta, em 2022.

O último encontro do Grupo de Arraiolos realizado em Portugal foi há nove anos, em Braga, em setembro de 2014, quando Cavaco Silva era Presidente da República, e contou com a participação de Jorge Sampaio como convidado.