“Nem percebo o alarido, não percebo. Foi o embaixador da Palestina que levantou a questão, não fui eu. Ele é que disse que a situação era muito complicada e deu as suas razões. No meu comentário, eu disse: atenção, é muito importante a moderação. E depois disse que foi pena que este caso tivesse nascido de um determinado lado”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.

“E agora até faz todo sentido o que eu disse [apelo à moderação], porque há sinais de que pode haver cessar-fogo, se houver um acordo sobre os sequestrados”, acrescentou.

Durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que alguns palestinianos “não deviam ter começado” esta guerra com Israel e aconselhou-os a serem moderados e pacíficos.

Quando Nabil Abuznaid invocou “a ocupação de 56 anos”, o chefe de Estado respondeu: “Eu sei, mas não deviam ter começado”.

“Eu fiz uma coisa muito moderada (…) e depois acrescentei que, além do mais [o ataque do Hamas a Israel] instabilizou a situação num sentido prejudicial a quem tinha uma determinada causa. E a causa para Portugal é, desde sempre, dois estados: Israel e Palestina”, sublinhou o presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à margem do V Encontro de Cuidadores Informais, que decorre hoje em Setúbal.

Durante o encontro, o presidente da República elogiou a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, pela publicação de uma portaria que permite regularizar a situação de muitos cuidadores informais e pela consagração do seu direito ao descanso, durante a semana e ao longo do ano.