De visita à Casa da Rua - D. Lopo de Almeida, no Porto, Marcelo Rebelo de Sousa entrou na cozinha e ajudou as cozinheiras a servir as cerca de 70 refeições que esta noite, como todas as outras noites, foram ali preparadas.
Segundo explicou o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, a Casa da Rua apoia quem não tem onde dormir, quem precisa de uma refeição, uma morada ou um lugar onde deixar os seus pertences.
"É um projeto vocacionado para os sem-abrigo, um espaço onde podem ter uma refeição ou pernoitar. Podem deixar os seus pertences, tomar banho, realizar higiene pessoal, ter uma morada", explicou.
António, que disse não ter apelido porque "quem mora na rua só tem um nome", foi um dos "clientes" servidos pelo "senhor Presidente".
"A comida [lombo de vitela, batatas e arroz] até teve outro sabor. Foi a primeira vez que foi um senhor doutor a servir-me. Quem diria. Até lavei as mãos duas vezes", brincou.
"É pena é não haver uma ‘pomadinha’ para acompanhar", lamentou.
Segundo António Tavares, a instituição "apoia 20 pessoas a pernoitar, mais de 80 a alimentar e outras tantas noutro tipo de apoio".
Para quem a frequenta, não é uma solução, mas é uma ajuda, acrescentou.
"Isto não pode ser para a vida. Mas, aqui tratam-nos com dignidade. Não somos coisas. Somos pessoas", confidenciou outro utente, que preferiu não dizer o nome.
Marcelo Rebelo de Sousa seguiu, depois de se ter sentado vários minutos em mesas com os utentes da Casa da Rua, para a Rua Júlio Dinis, a primeira de uma série de artérias da cidade onde irá acompanhar consultas médicas de sem-abrigo e distribuição de refeições.
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