Augusto Santos Silva, a segunda figura do Estado português, estará igualmente em Brasília para as comemorações do bicentenário da independência do Brasil, a convite do presidente do Senado Federal brasileiro, Rodrigo Pacheco.
Segundo uma nota hoje divulgada sobre esta deslocação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa irá assistir em Brasília ao desfile cívico-militar do 07 de setembro – dia em que se assinala a proclamação da independência em relação a Portugal em 1822 – e estará numa sessão solene comemorativa desta data histórica, no Congresso Nacional, em que irá discursar, na quinta-feira.
Na capital brasileira, o chefe de Estado irá ainda visitar a exposição "Um Coração Ardoroso: Vida e Legado de Dom Pedro I", no Palácio Itamaraty, lê-se nesta curta nota, de dois parágrafos.
De acordo com a mesma nota, no Brasil, além do programa institucional, Marcelo Rebelo de Sousa "manterá encontros com a comunidade portuguesa de Brasília e do Rio de Janeiro, nesta última cidade com uma receção no Navio Escola Sagres".
Na carta que enviou à Assembleia da República sobre esta deslocação, em julho, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que iria ao Brasil "em visita oficial, para participar nas celebrações do bicentenário da independência daquele país, dia 07 de setembro próximo", a convite do seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro.
Estas comemorações acontecem quando está em curso a campanha oficial para a eleição do Presidente da República Federativa do Brasil, marcada para 02 de outubro, com uma eventual segunda volta em 30 de outubro, a que se candidatam, entre outros, Jair Bolsonaro e Lula da Silva.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve no Brasil há dois meses, entre 02 e 04 de julho, com passagens pelo Rio de Janeiro, onde assinalou o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, e por São Paulo, para a inauguração da Bienal do Livro, que na edição deste ano teve Portugal como país homenageado.
Estava previsto encerrar essa visita em Brasília, com um almoço com o Presidente do Brasil, mas Jair Bolsonaro fez saber pela comunicação social que já não o iria receber, decisão que justificou com o facto de Marcelo Rebelo de Sousa se encontrar antes com o antigo chefe de Estado brasileiro Lula da Silva em São Paulo.
Face à atitude de Bolsonaro, Marcelo Rebelo de Sousa começou por manter o seu programa, aguardando uma comunicação por escrito, e depois desistiu de ir a Brasília, mas sempre desdramatizando este episódio e o seu impacto nas relações bilaterais.
Ao mesmo tempo, deu como certo o seu regresso ao Brasil em setembro para as comemorações dos 200 anos da independência: "O Senado já convidou para eu ser o orador convidado. Mas vem comigo o presidente do parlamento português [Augusto Santos Silva], e virá comigo o Governo, para mostrar que os órgãos de soberania todos cá estarão nesse momento fundamental", declarou na altura.
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