“Be the change” (“sê a mudança”) era um dos desafios lançados pelos ativistas em dezenas de cartazes exibidos na rua de Santa Catarina, no centro do Porto.
Para quem se afadigava em compras, havia também um “recado” em forma de cartaz: “Uns compram, todos pagam”.
A própria Câmara do Porto era destinatária de uma das mensagens, aposta sobre um aviso próprio para licenciamento de construções: “Porto, espaços verdes”.
A iniciativa designada "Climate Alarm - Marcha Mundial pelo Clima", que foi replicada em outras cidades mundiais, acontece numa altura em que decorre em Katowice, na Polónia, até dia 14, a 24.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP24), durante a qual se debatem as regras finais para implementação do Acordo de Paris.
"A verdade é que as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris no COP21 não são acatadas por nenhum dos países aderentes", refere uma nota dos organizadores da iniciativa do Porto, acrescentado que "os compromissos assumidos, mesmo que respeitados, não são suficientes", já que a sua implementação "levará sempre a um aquecimento global superior a três graus centígrados".
"Caminhamos para uma catástrofe e temos até 2030 para a contornar. E cabe a todos nós despertar e exigir ação urgente para evitar este cenário. Cabe-nos relembrar os chefes de Estado que eles nos representam e que a nossa vontade é que todas as escolhas atuais e futuras respeitem o limite de 1,5 graus centígrados", sublinham.
A marcha do Porto foi precedida de uma concentração junto à Capela das Almas, sendo realizada pelas organizações Extinction Rebellion, Climáximo, Diem 25, Climate Reality Project Europe Team Portugal.
O ministro português do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes - que está a partir de segunda-feira em Katowice para participar na última semana da COP24 - já disse que, depois do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, alcançado em 2015, esta é a conferência em que há decisões muito concretas “que têm de ser tomadas”, sendo uma delas “fechar o chamado livro de regras de Paris”.
Ou seja, explica, os países têm de sair de Katowice com “os mecanismos de monitorização e de medida das emissões de gases que produzem efeito de estufa” para serem aplicados de forma uniforme em todos os países, afirmou o ministro, em entrevista à agência Lusa.
Em Paris cada país apresentou as suas metas de redução, mas se nem todos podem ter as mesmas metodologias, ainda que todos tenham de ter o mesmo método. Tem de haver uma “medida universal” para essas emissões, declarou o ministro.
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