Licenciada em Psicologia Clínica, Mestre em Psicopatologia e Psicologia Clínica e Doutoranda em Psicologia da Saúde, é ainda co-autora do livro "O Amor Dentro do Meu Peito: O Cancro de Mama na Mulher e na Família". Conta ela que quando começou a trabalhar em Oncologia Pediátrica os resultados para o tratamento para uma leucemia standard era na ordem dos 70 e poucos por cento, hoje estamos no 82%. "Há um conjunto de pessoas que vivem este processo com características similares, mas que têm necessidades e desafios específicos. Cada vez que estamos em contacto com estas famílias, temos algo para dar, o nosso conhecimento e experiência, da voz de outros pais e de outras crianças que passaram pelo mesmo e que possa dar luz num momento destes".

"O crescimento pós-traumático é uma área que me interessa muito. É pensarmos na capacidade das pessoas de se reorganizarem, capacitarem, renovarem. Todos estamos programados para a sobrevivência. Nas situações mais simples, esquecemo-nos disso. Estamos programados para a sobrevivência e os recursos psicológicos que usamos são a redefinição de objetivos, redefinir prioridades. E, muitas vezes, o que é essencial para o doente oncológico pode não ser para as outras pessoas", explana Maria de Jesus Moura, nesta conversa com Patrícia Reis e Paula Cosme Pinto.

A convida também não tem dúvidas que o cancro pediátrico afeta toda a família e que é um momento de redefinição. Como psicóloga, pergunta-se: "Como podemos respeitar? Quais são as necessidades específicas destas pessoas? É preciso ter muito respeito pela dignidade humana e pela dimensão do sofrimento". E deixa a ressalva: "A pessoa é muito mais do que uma pessoa doente, tem uma história de vida com passado, com presente e com projetos futuros".

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