“O acordo selado [na semana passada], após uma noite de negociações demonstrou que a zona euro pode, nalguma medida, superar a divisão entre credores e devedores, outrora considerada uma ameaça paralisante”, escreve Centeno num artigo de opinião publicado hoje no Jornal de Negócios, um dia antes da última cimeira do ano dos líderes da União Europeia.

“O relatório do Eurogrupo que vou apresentar aos chefes de Estado e de governo na sexta-feira, exigiu concessões de todos, mantendo-se coerente, tanto em termos económicos como políticos”, disse.

Centeno insistiu na ideia que não existe um modelo de estrutura institucional que “tenha que ser replicado” e que, a cada momento, os países devem encontrar soluções eficazes dentro de “determinadas restrições políticas”.

“Mas agora já podemos dizer que a zona euro está mais bem equipada para lidar com uma futura crise quando ela chegar”, concluiu.

Entre as medidas adotadas, Centeno destaca o reforço das ferramentas para lidar com bancos falidos, o compromisso de redução do crédito malparado e a construção de almofadas financeiras para absorver potenciais perdas dos bancos.

Também sinalizou a introdução de cláusulas nos contratos de títulos soberanos para tornar os processos de reestruturação de dívida mais fáceis e, ao mesmo tempo, melhorar as ferramentas de financiamento existentes para travar o contágio entre os Estados-membros durante uma crise.

O também ministro das Finanças português garante, no entanto, que “a reforma não acaba aqui” e que permanecem “pontas soltas” às quais pretende voltar no próximo ano, entre as quais a criação de um sistema europeu de garantia de depósitos para reduzir o risco de corridas aos bancos, num modelo para o qual “ainda não há consenso à vista”.

“No início de 2019 vamos definir um mandato para um grupo de trabalho de alto nível para nos ajudar a quebrar o impasse”, refere no artigo, onde sinaliza ainda a necessidade de revisão do tratado do Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Quanto ao orçamento da zona euro, escreve, “o caminho está traçado” e sob a orientação dos líderes europeus, Centeno pretende “trabalhar num instrumento orçamental não cíclico que apoie o processo de convergência e promova a competitividade das economias”.

Outros instrumentos, como uma ferramenta de estabilização, “precisam de mais tempo e debate”, acrescentou.

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