A Hovione, fundada em 1959 e estabelecida em Macau desde os anos 1980, vai receber em janeiro a medalha de Mérito Industrial e Comercial, foi anunciado na terça-feira.
“É para nós uma grande honra ter recebido esta medalha de mérito”, começou por reagir o diretor-geral da empresa em Macau, Eddy Leong, expressando “gratidão ao Governo” e a “todos os setores da sociedade pelo reconhecimento dos quase 40 anos de trabalho” local.
“Na Hovione, gostamos de dizer que estamos ‘nisto para a vida’ e sinto que este prémio reflete não só a nossa longa e bem-sucedida história em Macau, mas também aponta para o nosso futuro de sucesso aqui”, acrescentou, numa resposta por email enviada à Lusa.
A medalha, continuou o diretor-geral, reflete, além disso, o compromisso da empresa portuguesa em trabalhar com as “organizações parceiras para criar oportunidades de carreira gratificantes nas ciências da vida.”
Na apresentação dos medalhados deste ano, o executivo de Ho Iat Seng sublinhou em comunicado a “equipa forte” da Hovione dedicada “à investigação e à qualidade” e que “tem obtido diversos êxitos”.
“A empresa tem-se empenhado em melhorar e desenvolver de forma constante e estrategicamente a operação com segurança, trazendo para o mercado mundial medicamentos não patenteados e produtos sintéticos personalizados, seguros, eficazes, especializados e de qualidade elevada, o que lhe granjeou o reconhecimento mundial”, afirma-se na nota de apresentação.
Por outro lado, o Governo referiu que a expansão do negócio da Hovione “no mercado asiático está já a aproveitar as oportunidades proporcionadas pelo desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”, contribuindo para o desenvolvimento da indústria de ‘big health’ de Macau e, consequentemente, para o desenvolvimento da diversificação económica local.
A Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin é um projeto lançado por Pequim, em 2021, gerido conjuntamente pela província de Guangdong e Macau, com uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados e uma população de mais de 53 mil habitantes.
Outro nome português distinguido este ano pelas autoridades foi o de Felizbina Carmelita Gomes, atual diretora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, instituição de língua veicular portuguesa.
A macaense, que vai receber a Medalha de Mérito Educativo, disse à Lusa “estar muito grata e satisfeita”.
“Agradeço imenso aos serviços de educação e à APIM [Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, que gere o jardim de infância] pelo reconhecimento do meu trabalho”, frisou.
A antiga diretora da Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, com “uma carreira com 39 anos de tempo de serviço na área da educação”, referiu ainda que o percurso profissional “junto das crianças e funcionários da educação” tem sido “uma missão bastante emotiva”.
Natural de Macau, Felizbina Carmelita Gomes estudou no então Liceu de Macau, tendo concluído o ensino superior em Ciências da Educação pela Universidade de Macau. Em Portugal, realizou várias formações complementares na área educativa na Universidade de Lisboa, disse à Lusa.
Em comunicado, o Governo destaca, entre outros trabalhos da educadora, a “proatividade no desenvolvimento dos currículos e do ensino da língua portuguesa nas escolas oficiais” do território bem como a promoção de um “ambiente favorável para a aprendizagem da cultura portuguesa nas escolas”.
Este ano, a Medalha de Honra “Lótus de Prata”, a terceira mais alta condecoração do território, foi atribuída à atleta de artes marciais Li Yi, que recentemente conquistou o ouro na 19.ª edição dos Jogos Asiáticos em Hangzhou.
A cerimónia de entrega das medalhas e títulos honoríficos realiza-se em 19 de janeiro, distinguindo-se perto de 30 personalidades, entidades e instituições.
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