Questionado, em Bruxelas, sobre o inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa que levou hoje à detenção de três homens por suspeitas de corrupção, dois deles fiscais da Divisão de Fiscalização da CML, Medina disse que viu “a notícia dessa ação” e que espera “que ela se desenvolva no cumprimento que permita apurar a verdade, e que quem tenha prevaricado relativamente ao exercício de funções publicas que sofra a sanção adequada que a lei prevê”.
“Mas gostava de ser muito claro sobre isso: isso não envolve nenhum membro do executivo camarário. Espero naturalmente que a Justiça cumpra o seu papel com eficácia e que a Polícia Judiciária o faça com eficácia”, prosseguiu o atual ministro das Finanças, que dirigiu a CML até setembro do ano passado.
Questionado sobre se, durante a sua gestão, alguma vez teve conhecimento de problemas de corrupção na Divisão de Fiscalização, o antigo presidente da Câmara respondeu negativamente de forma perentória.
“Naturalmente que não tive [conhecimento], porque senão teria relatado”, disse.
A Polícia Judiciária (PJ) explicou hoje em comunicado que procedeu às detenções depois de seguir um "encontro previamente agendado" entre os dois fiscais da Divisão de Fiscalização da autarquia de Lisboa e um "cidadão proprietário de uma obra em curso na cidade de Lisboa".
O inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa levou à emissão de mandados para buscas domiciliárias e também nos postos de trabalho dos dois funcionários municipais, na Câmara.
A polícia apreendeu "prova relevante" e "elevadas quantias" de dinheiro.
Os três detidos estão a aguardar um primeiro interrogatório no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.
Em reação a esta operação, a CML afirmou hoje que a transparência e o combate à corrupção são “uma prioridade central” no trabalho da autarquia.
“Para o atual executivo, a transparência e o combate à corrupção são uma prioridade central no trabalho que é desenvolvido diariamente na Câmara Municipal de Lisboa”, pode ler-se numa curta nota enviada à Lusa.
Carlos Moedas venceu as eleições autárquicas em setembro passado pela coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), que governa sem maioria absoluta.
Comentários