"Digo-o de forma enfática e categórica: o México, sejam quais forem as circunstâncias, não pagará pelo muro proposto por Trump", garantiu Videgaray numa entrevista ao canal Milenio Televisión. "Construir um muro entre o México e os Estados Unidos é uma péssima ideia que se baseia na ignorância e que não tem base na realidade da integração da América do Norte", disse o ministro.

Videgaray destacou ainda que o dinheiro público dos mexicanos é "para beneficiar os mexicanos". "Nós temos necessidades enormes e muito mais importantes", argumentou. Desde que anunciou a candidatura presidencial, Trump optou por uma linguagem muito agressiva contra os migrantes que entram nos Estados Unidos e especialmente contra os mexicanos, a quem acusou de serem violadores e criminosos.

A este propósito, o magnata propôs construir um muro gigante na fronteira entre o México e os Estados Unidos, afirmando que forçaria o governo mexicano a pagar por ele. Videgaray lembrou que os dois vizinhos são aliados, por cuja fronteira passam legalmente todos os dias mais de um milhão de pessoas e 350.000 veículos, e disse que um eventual muro não geraria "nenhum benefício" para qualquer um dos dois países, que mantêm um intercâmbio comercial de US$ 1 milhão a cada minuto.

No entanto, dada a vantagem de Trump nas primárias do Partido Republicano, Videgaray fez uma promessa caso chegasse à presidência. "Se o povo americano decidir que o próximo presidente dos Estados Unidos é Donald Trump, vai encontrar no governo do México diálogo, uma atitude construtiva, uma atitude de boa vizinhança", disse. Na semana passada, durante uma visita ao México do vice-presidente americano Joe Biden, o presidente Enrique Peña Nieto queixou-se "daqueles que têm uma visão fechada, (...) de construir muros".