O Governo israelita deve, em princípio, a partir de hoje pronunciar-se sobre a implementação do plano, que também prevê a criação de um Estado palestiniano desmilitarizado num território fragmentado e sem Jerusalém Oriental como capital.
Em Gaza, um enclave palestiniano a cerca de 50 quilómetros da Cisjordânia ocupada, milhares de pessoas entoaram palavras de ordem contra o plano norte-americano durante um comício de Yahya Sinouar, um dos líderes do movimento Hamas, que governa este território.
Os manifestantes ergueram bandeiras e cartazes em que se lia “Não à anexação” e “Vidas palestinianas importam”, em referência ao movimento antirracismo “Vidas negras importam” dos Estados Unidos, segundo os jornalistas da agência de notícias AFP no local.
“A resistência deve ser retomada, apenas o uso da força assusta Israel”, disse o manifestante Rafiq Inaiah.
Na manhã de hoje, o Hamas lançou cerca de 20 foguetes de teste no mar Mediterrâneo como um aviso, disseram à AFP fontes do movimento islâmico, envolvido em três guerras com Israel desde 2008.
O Estado hebreu impôs um bloqueio estrito na Faixa de Gaza há mais de 10 anos, para, segundo os israelitas, conter o movimento armado.
Uma manifestação contra o projeto de anexação também ocorreu em Jericó, a maior cidade palestiniana no vale do Jordão, e outro protesto está planeado em Ramallah, sede da Autoridade Palestiniana.
Os palestinianos estão a tentar obter apoio contra o projeto de anexação de territórios da Cisjordânia ocupada que, segundo os palestinianos, destrói a solução de “dois Estados”, uma Palestina viável ao lado de Israel.
Os palestinianos dizem que estão prontos para reabrir negociações diretas com os israelitas, mas não com base neste plano do Governo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, grande aliado de Israel.
“Não nos vamos sentar numa mesa de negociação em que a anexação ou o plano Trump é proposto, porque não é um plano de paz, mas um projeto para legitimar a ocupação”, disse à AFP o negociador palestiniano Saëb Erakat.
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