O juiz brasileiro Teori Zavascki era relator da Operação Lava Jato, que investiga os crimes de corrupção na Petrobras, no Supremo Tribunal Federal (STF).
O pedido foi feito pela procuradora Cristina Nascimento de Melo, responsável pela investigação do MPF, e estendeu-se também ao Comando da Aeronáutica. A responsável pediu ainda documentos relativos à manutenção da aeronave.
O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informou que a caixa negra da aeronave já foi encontrada. O equipamento, com as gravações de voz, será encaminhado para a representação do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) em Brasília.
O avião em que Teori Zavascki viajava havia saído na última quinta-feira do Campo de Marte, em São Paulo, às 13:01 (15:01 em Lisboa) com destino a Paraty, no sul do Rio de Janeiro, mas caiu no mar.
Além do juiz, morreram no acidente o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueira, o piloto da aeronave Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maira Ilda e a mãe desta.
Teori Zavascki foi considerado uma figura central nestas investigações de corrupção, já que tinha a responsabilidade de homologar as delações premiadas (fornecimento de informações importantes em troca da redução da pena) fornecidas pelos envolvidos nos processos no STF.
Antes do acidente, o juiz trabalhava nas informações colhidas em delações premiadas de mais de 70 quadros de topo da construtora Odebrecht, consideradas cruciais já que informações vazadas à imprensa sobre as revelações já envolveram o próprio Michel Temer, o ex-Presidente Lula da Silva e dezenas de políticos brasileiros.
Com a morte do juiz é provável que ocorra alguma mudança no calendário da Lava Jato, porque o próximo passo é o da homologação da delação premiada da Odebrecht – prevista para os primeiros dias de fevereiro -, que pode sofrer algum atraso até que seja designado um novo relator para tratar dos processos contra políticos no STF.
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