Em resposta a questões do PSD hoje no parlamento, Marta Temido considerou que a greve de enfermeiros em preparação em blocos operatórios de cinco hospitais “não pode deixar de ser uma preocupação muito grande para o Ministério da Saúde”.
Apesar do “direito constitucional à greve”, a ministra considera que o pré-aviso de greve já emitido por dois sindicatos contém termos preocupantes e que configuram uma “extraordinariamente agressiva forma de luta”.
“Estamos a trabalhar no sentido de evitar o extremar do conflito. Pedimos a constituição de mesa negocial com as duas estruturas sindicais [que emitiram o pré-aviso de greve]”, afirmou Marta Temido, avisando, contudo, que as reivindicações são complexas.
O Ministério da Saúde tentará “perceber até que ponto” pode ir na resposta às expectativas da diferenciação remuneratória dos enfermeiros especialistas.
Marta Temido referiu que o Governo introduziu já um suplemento remuneratório para os enfermeiros especialistas, que representa 17 milhões de euros por ano.
“Não estamos a falar de opções simples. Ir mais além será seguramente complicado”, afirmou.
Os enfermeiros reclamam nomeadamente melhores remunerações e uma carreira digna, notando que não progridem há 13 anos.
O movimento de enfermeiros que tem em preparação uma greve prolongada a partir de dia 22 deste mês em vários blocos operatórios recorreu a uma angariação de fundos para ajudar os profissionais que adiram à paralisação, que ficarão sem vencimento.
A meta era atingir os 300 mil euros para conseguir uma greve nos três maiores blocos operatórios dos hospitais públicos: Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, São João, no Porto, e Santa Maria, em Lisboa.
Este objetivo foi atingido no final da semana passada, levando o movimento de enfermeiros a prolongar a recolha de fundos e a alargar a paralisação a mais dois blocos operatórios: Setúbal e Centro Hospitalar do Porto.
Hoje ao início da noite o movimento de enfermeiros já tinha conseguido recolher mais de 350 mil euros.
Os dois sindicatos que emitiram o pré-aviso que permite esta paralisação indicam que a greve será de dia 22 de novembro até final de dezembro.
A ministra da Saúde está hoje a ser ouvida no parlamento sobre a proposta de Orçamento do Estado para a Saúde para 2019, numa audição que já dura há quase seis horas.
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