“Temos deficientes que estão noutra fase da vida e precisam de outro tipo de cuidados, diferentes daqueles que há algumas décadas foram pensados, sobretudo o peso grande que é suportado pelas famílias e que deve ser apoiado pelo Estado”, disse João Gomes Cravinho.
Em declarações à Lusa no final de uma cerimónia comemorativa dos 45 anos da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), em Lisboa, o ministro adiantou que, até ao final da legislatura, o Governo pretende “dar resposta” a algumas das reivindicações “mais imediatas” dos deficientes militares.
“Quer seja nas próteses, do apoio que recebem pela ADM [Assistência na Doença aos Militares], quer seja no apoio ao acesso ao Hospital das Forças Armadas, quer seja mais amplamente enquanto antigos combatentes”, disse.
João Gomes Cravinho referiu que os apoios a conceder implicarão “mais dinheiro”, mas também “gerir melhor os recursos”, adiantando que está a ser trabalhada com o Ministério das Finanças uma portaria que “vai permitir reduzir aquilo que se gasta nesses equipamentos” [próteses e outros materiais].
O alargamento do plano de ação para o apoio dos deficientes militares e da rede nacional de apoio às vítimas do stress de guerra, são outras medidas previstas pelo Ministério da Defesa, disse João Gomes Cravinho.
Na sua intervenção perante os associados da ADFA, presidida por José Arruda, o ministro desafiou os antigos combatentes a envolverem-se em iniciativas de cidadania para a promoção de uma “cultura de paz”.
“As nossas Forças Armadas estão ao serviço da paz, quem conhece isso melhor do que qualquer outra pessoa são aqueles que já serviram nas Forças Armadas, sobretudo aqueles que serviram em situações de guerra”, justificou.
Por seu lado, o presidente da ADFA, José Arruda, elencou as principais reivindicações dos deficientes das Forças Armadas, considerando que o país tem uma dívida para com aqueles antigos combatentes “que não é possível pagar, mas talvez amortizar”.
O ex-militar pediu mais apoio para as famílias dos ex-combatentes da guerra colonial e deficientes militares e reiterou o apelo para a alteração do decreto-lei 503/99 que integrou os deficientes militares no regime jurídico que regula os acidentes em serviço e as doenças profissionais dos funcionários públicos.
O presidente da ADFA disse ainda esperar por “notícias” dos resultados do grupo de trabalho criado no âmbito da comissão parlamentar de Defesa Nacional para resolver algumas das questões colocadas pelas associações de ex-combatentes, presidido pelo deputado socialista Miranda Calha.
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