“Em termos de custos é neutra, não há custos acrescidos. Em termos de recursos, não vamos ter recursos diferentes para esta iniciativa. Temos os nossos recursos no contexto da NATO, no contexto da PESC [Política Europeia de Segurança Comum]”, declarou à Lusa à saída da reunião com os seus homólogos no Ministério da Defesa francês.
Esta iniciativa reúne dez países europeus - Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Países Baixos, Portugal e Reino Unido - e é liderada pela França, tendo como missão criar uma cultura partilhada de defesa, desenvolver o pragmatismo operacional e a cooperação entre estes Estados.
"É uma iniciativa que interessa a Portugal e que está ainda num processo de cristalização. É um processo complementar à NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e CEP [Cooperação Estruturada Permanente da União Europeia]. Nós somos participantes muito ativos destas duas organizações e interessa-nos estar num formato com decisões voluntárias muito ligeiras que possam corresponder a nichos que não estão cobertos pela NATO e pela União Europeia", afirmou.
Florence Parly, ministra da Defesa francesa, também reforçou que esta iniciativa não pretende substituir a NATO ou os esforços de Defesa no seio da União Europeia, mas sim complementar os instrumentos já existentes, nomeadamente no que diz respeito "ao auxílio imediato às populações, catástrofes naturais ou ainda a coordenação de operações de grande envergadura".
"A unanimidade não deve ser a regra, devemos ter a flexibilidade necessária para permitir a cada um dos países trabalhar sobre as suas próprias preocupações ", disse a ministra no início do encontro, reforçando que a ideia é "refletir em conjunto sobre as soluções a aplicar".
João Gomes Cravinho assegurou que a participação de Portugal na IEI não trará encargos financeiros adicionais, mas que poderá mobilizar recursos já existentes nas Forças Armadas portuguesas.
Quanto aos atuais desafios da União Europeia em termos de Defesa, o ministro mencionou as "dificuldades em termos de terrorismo" e as "situações instáveis" à volta do continente "que obrigam a pensar" na sua defesa.
As reuniões de coordenação entre os Estados-Maiores dos dez países começam na sexta-feira, 09 de novembro. Estas reuniões, apelidadas MEST (Military European Strategic Talks) vão contribuir partilhar recursos, planificar ações conjuntas e antecipar estrategicamente problemas comuns.
Segundo a cronologia desejada pelo Estado francês, a fase de reforço desta iniciativa com o desenvolvimento de diálogo político acontecerá durante o ano de 2019. A iniciativa estará operacional a partir de 2020 com reuniões de ministros e encontros militares frequentes a partir de 2020.
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