“Naturalmente que os recursos são sempre escassos face aos nossos desejos, mas um elemento que ficou extremamente claro para mim, é que a Marinha Portuguesa faz milagres com os recursos que existem. Nós temos uma capacidade de intervenção, de proteção, de contribuir para a missão das Forças Armadas Portuguesas que é absolutamente notável”, sublinhou João Gomes Cravinho em declarações aos jornalistas no Alfeite, onde ficou a conhecer as medidas de segurança e vigilância adotadas na Marinha.

Um aspeto que chamou à atenção do ministro, segundo referiu, foi o orçamento na ordem dos 65 milhões de euros, em 2019, para as forças nacionais, em que “só a Marinha teria capacidade para missões na ordem dos 40 milhões de euros”.

“A capacidade da Marinha é superior àquilo que é a sua utilização e, por isso, dá-nos pena de não haver mais recursos para utilizar em pleno as capacidades, mas por outro lado, dá-nos também algum alento pelas capacidades que a Marinha Portuguesa nos oferece”, explicou.

Quanto à necessidade de obras e modernização desta força, João Gomes Cravinho, informou que a Lei de Programação Militar, que irá ser aprovada por um período de 12 anos, oferece “um conjunto de novas oportunidades”, em que a Marinha “será um dos maiores beneficiados”.

“Iremos ter seis navios-patrulha oceânicos, iremos ter um navio polivalente logístico pela primeira vez, que nos oferece capacidades completamente novas e iremos ter um conjunto de modernizações de diferentes navios. Os recursos são sempre inferiores ao que gostaríamos, mas a Marinha Portuguesa ao longo dos próximos anos continuará a ser dotada dos meios necessários para cumprir a sua missão”, garantiu.

Por outro lado, em relação à falta de efetivos, o ministro da Defesa indicou que este é um desafio que “se coloca à Marinha, como se coloca a outros ramos, e como se coloca à generalidade das Forças Armadas dos países europeus”, revelando que é um tema ao qual se vai dedicar.

“É um tema ao qual eu vou dedicar muita atenção, como recrutar mais e melhor, como reter mais e melhor os efetivos nas nossas forças armadas. O chefe do Estado Maior da Armada já me deu algumas indicações sobre procedimentos melhorados na Marinha para recrutar e reter efetivos e este é um caminho que vamos ter que fazer”, sublinhou.

Quando questionado sobre a posição do Governo quanto à criação de um exército europeu, o ministro assumiu que “Portugal não está interessado e não participará”.

“Há uma resolução muito clara sobre essa matéria por parte da Assembleia da República e, enquanto essa resolução estiver lá, essa será a posição de Portugal. Devo no entanto dizer que, nas reuniões em que participei, o assunto não estava em cima da mesa. Exceto pela negativa, em que eu, como ministro português, e outros ministros de outros países disseram que não participariam em tal exercício”, afirmou.

A visita acontece na sequência do caso de Tancos e previa também a deslocação do ministro da Defesa aos paióis militares do Marco do Grilo, na Marinha, contudo, este momento foi fechado à comunicação social.

Nas cerimónias do Dia do Exército, em Guimarães, em outubro, João Gomes Cravinho disse que é “fundamental ter a garantia de que as lições foram aprendidas” e, desde essa altura, tem repetido que está a avaliar com as chefias militares as medidas que foram tomadas na sequência do furto de Tancos, nomeadamente o reforço da segurança física das instalações, os investimentos em infraestruturas, em sistemas de videovigilância e inventariado.

Entre o material de guerra furtado incluem-se granadas, explosivos e munições que vieram a aparecer, com algumas faltas, cerca de três meses e meio depois, na Chamusca, numa operação da Polícia Judiciária Militar (PJM), que foi alvo de um inquérito judicial e levou à constituição de nove arguidos.

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