“Os portugueses conhecem insuficientemente as nossas Forças Armadas. Nós vivemos atualmente um momento histórico particular que nos interpela a compreender e a refletir sobre o papel das Forças Armadas na sociedade em que estão inseridas e que servem”, afirmou João Gomes Cravinho.
O ministro da Defesa Nacional advertiu que o “necessário debate e conhecimento sobre as Forças Armadas requer abertura e inclusividade” e, defendeu, não só os portugueses devem ir ao encontro das Forças Armadas mas também as Forças Armadas devem “dar-se a conhecer”, num processo do qual sairá “um reforço da confiança” na instituição.
João Gomes Cravinho discursava no salão nobre do Ministério da Defesa Nacional, após dar posse ao vice-chefe do Estado-Maior do Exército, general Guerra Pereira, numa cerimónia inédita para o cargo de vice-chefe militar, já que até hoje havia apenas uma cerimónia interna, nos ramos, com a leitura do despacho de nomeação.
O ministro fez questão de explicar os motivos da mudança do figurino da posse do 2.º Comandante do Exército afirmando que representa “de forma pública e inequívoca, a importância e relevância de um dos cargos cimeiros” das Forças Armadas.
Gomes Cravinho referiu o “cumprimento natural do processo” da indigitação, nomeação e confirmação” do tenente-general Guerra Pereira, investido em funções após proposta do Chefe do Estado-Maior do Exército, Nunes da Fonseca, nomeado pelo ministro da Defesa e “oportunamente confirmado” pelo Presidente da República.
O governante manifestou ainda ao tenente-general Campos Serafino, ex-vice-CEME, que pediu a passagem à reserva, o reconhecimento pela “dedicação, competência e profissionalismo com que exerceu os mais variados cargos” ao longo da sua carreira.
Ao novo vice-CEME, Gomes Cravinho disse estar certo de que “reforçará o desígnio de rigor e excelência” na contribuição para a “afirmação do Exército”.
“Ao dar posse ao novo vice-chefe do Estado-Maior do Exército, sublinho a relevância própria e pública de cargos desta natureza, em particular numa altura em que somos todos chamados — decisores políticos, chefes militares, militares e sociedade civil — a reforçar os elos fundamentais do contrato de confiança entre as Forças Armadas e o povo português”, disse.
Em declarações aos jornalistas no final da sessão, o novo vice-CEME considerou que a tomada de posse, inédita no formato por decorrer no Ministério da Defesa e não no ramo — “é uma cerimónia com dignidade como qualquer outra”.
“Sinto-me bem e de alguma forma grato pela confiança que em mim foi depositada neste novo cargo”, disse, acrescentando que tentará levar para o novo cargo “toda a experiência anterior”, olhando “para o futuro” e “consciente dos desafios que existem”.
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