Tiago Brandão Rodrigues, que tem a tutela da juventude, integrou a delegação portuguesa que recebeu hoje, na missa presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano, os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que Lisboa acolhe em 2023.
Para o ministro, a cerimónia de hoje representou também “um sinal de confiança” no trabalho dos jovens portugueses, que terão agora a responsabilidade de organizar “o maior encontro de jovens católicos no mundo”, que acolhe igualmente "jovens de todas as confissões e aconfissionais", tratando-se, "também, de um encontro ecuménico".
“Portugal estará, também aqui, a marcar a ponte entre a Europa, África e a América Latina”, disse, acrescentando que, embora sentindo-se “cada vez mais europeus”, os portugueses têm “uma ligação especial a África e a todo o mundo iberoamericano”.
A entrega dos símbolos da JMJ - a Cruz Peregrina, com 3,8 metros de altura, e a réplica do ícone de Nossa Senhora 'Salus Populi Romani', que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços – feita por jovens do Panamá à delegação que integrou mais de uma dezena de jovens portugueses, aconteceu durante a celebração realizada pelo Papa na Basílica de São Pedro.
O bispo auxiliar de Lisboa e coordenador geral da JMJ Lisboa 2023, Américo Aguiar, que integrou igualmente a delegação portuguesa, disse à Lusa que a celebração é o “pontapé de saída formal” para o encontro que irá decorrer na capital portuguesa em 2023.
Américo Aguiar afirmou que o calendário preparado antes da pandemia da covid-19 previa a circulação dos símbolos pelos países de língua oficial portuguesa, por Espanha, por ocasião do Jacobeo, em Santiago Compostela, e depois pelas dioceses portuguesas e, pontualmente, por alguma comunidade portuguesa no mundo.
“Com a pandemia, tudo isso está suspenso. Os símbolos vão agora para Lisboa e estarão na Sé de Lisboa, até que a pandemia permita que eles possam circular de acordo com um programa que tem de ser sempre redesenhado, atendendo às circunstâncias possíveis, mantendo a segurança de todos aqueles que se abeirarem dos símbolos”, afirmou.
Salientando que este é um evento “do próprio Papa”, o bispo auxiliar de Lisboa sublinhou o facto de a cerimónia de hoje ter ficado associada à mudança da celebração do Dia Mundial da Juventude, que, por decisão do Papa João Paulo II, se realizava no Domingo de Ramos, e que Francisco anunciou hoje que vai passar a acontecer “neste domingo do Cristo Rei, último domingo do calendário litúrgico”.
“Acabámos por ser associados a esta feliz notícia do calendário litúrgico, da vida e das programações da pastoral juvenil do mundo inteiro”, declarou.
Américo Aguiar lembrou que mais de mil jovens se tinham inscrito para participar na passagem de testemunho dos símbolos da JMJ, acabando a delegação por integrar apenas mais de uma dezena de jovens em representação de todas as dioceses portuguesas.
O bispo referiu a situação que muitas famílias e empresas estão a viver devido à pandemia da covid-19, sublinhando que, na sua homilia, Francisco “lembrou isso mesmo”, pedindo aos jovens para estarem “atentos (…), despertos àquilo que significa representar Cristo vivo aos que mais sofrem, aos últimos, aos mais desprotegidos, aos mais fragilizados”.
“Isso também é um sinal daquilo que significa preparar a Jornada Mundial da Juventude”, afirmou.
Duarte Ricciardi, secretário executivo da JMJ Lisboa 2023, salientou igualmente o “momento muito especial” que a cerimónia de hoje representou “no caminho” que está a ser feito para a Jornada Mundial da Juventude.
Os símbolos estavam até agora na posse do Panamá, cuja capital foi palco da última JMJ, em janeiro de 2019.
Inicialmente prevista para agosto de 2022, a pandemia de covid-19 determinou o adiamento da JMJ um ano.
Portugal será o segundo país lusófono, depois do Brasil, a acolher uma Jornada Mundial da Juventude, criada em 1985 pelo Papa João Paulo II (1920-2005).
Comentários