“Dizer que podíamos ter contratado três mil médicos para o sistema é dizer às pessoas, erradamente, que existem três mil médicos no sistema disponíveis para serem contratados”, afirmou hoje Adalberto Campos Fernandes.
O ministro da Saúde reagia a contas da Ordem dos Médicos que indicam que os 120 milhões de euros gastos no ano passado com empresas de serviços médicos teriam dado para contratar mais de 3.000 profissionais.
Estas contas serviram para a Ordem estimar que faltam cerca de 5.500 médicos especialistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), somando-se ao pagamento das prestações de serviço o volume de pagamentos em horas extraordinárias aos profissionais.
“Estes médicos [contratados através de prestação de serviço], na sua esmagadora maioria, trabalham no SNS e depois, no seu tempo disponível, trabalham noutras unidades através de prestação de serviço”, explicou o ministro da Saúde.
Campos Fernandes garante que “não é verdade que existam três mil médicos” disponíveis para contratar pelo SNS.
“Temos de ser objetivos e não podemos enganar os portugueses”, declarou aos jornalistas à margem da cimeira eHealth Summit, que decorre em Lisboa.
A Ordem dos Médicos calcula que faltem 5.500 médicos especialistas no SNS e lembra que muito do trabalho tem sido atualmente feito à custa dos médicos internos, ainda em formação, que têm servido para “tapar muitos buracos”.
Sobre a insuficiência de especialistas, a Ordem refere que há 18 mil médicos especialistas no SNS e mais de 10 mil internos, o que dá uma relação de 1,7 especialistas para cada interno.
Última atualização às 16:11. Nova versão com correção, no terceiro parágrafo, do valor gasto no ano passado com empresas de serviços médicos: 120 milhões e não 12 milhões.
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