“Dos estudos que realizámos e da ponderação que fizemos das nossas vantagens face aos concorrentes entendemos que Lisboa era a localização que oferecia mais condições, mais vantagens comparativas”, explicou Augusto Santos Silva à margem de uma série de encontros que teve em Madrid.
O chefe da diplomacia portuguesa assegurou que “isso não significa qualquer depreciação das qualidades do Porto e da importância do ‘cluster’ da saúde” existente na cidade e arredores.
Vários autarcas do Porto e da sua área metropolitana têm criticado a decisão de Portugal candidatar Lisboa e não outras regiões do país, pondo em causa a decisão tomada em abril pelo Governo.
Trata-se mais uma vez de um problema de “centralismo” e “continuamos a confundir o país com Lisboa”, insurgiu-se hoje Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, em declarações à RTP.
Os vereadores do PS anunciaram no último sábado que iriam propor, na próxima reunião da Câmara Municipal do Porto, a criação “imediata” de um grupo de trabalho para preparar a candidatura da cidade para receber a Agência Europeia do Medicamento.
Portugal é um dos 20 Estados-membros da União Europeia que apresentou uma candidatura para receber a sede da Agência Europeia do Medicamento, pretendendo instalá-la em Lisboa, uma vez que essa instituição europeia terá de abandonar Londres devido à decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.
A sede da Agência Europeia do Medicamento - cuja decisão da nova localização será tomada em dezembro pela União Europeia - é, segundo o Governo, "um fator de prestígio para o país que a acolhe e tende a atuar como polo de atração da presença da indústria farmacêutica, potenciando, em particular, as áreas de investigação e desenvolvimento e os ensaios clínicos".
Entre as muitas cidades candidatas contam-se Bruxelas, Barcelona, Milão, Amesterdão, Atenas, Dublin, Copenhaga e Estocolmo.
“Estou certo de que a eventual relocalização da Agência Europeia do Medicamento em Lisboa terá benefícios para todo o país”, conclui Augusto Santos Silva.
Lisboa já é sede de duas agências europeias, a da Segurança Marítima e o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.
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