Numa visita ao estaleiro das obras de expansão da rede de metro de Lisboa, no troço compreendido entre o Rato e a Estrela, Duarte Cordeiro disse ter “plena consciência” de que é preciso reforçar o número de trabalhadores da empresa Metropolitano de Lisboa de modo a garantir, não só a oferta atual, mas também o aumento expectável na sequência da expansão da rede.
Em causa, salientou, está a expansão do metro na linha circular, que une as Linhas Amarela e Verde – Rato/Cais do Sodré, mas também a expansão da Linha Vermelha, que já está em discussão pública, e o que venha a ser o reforço entre Loures e Odivelas.
“É inevitável o aumento dos recursos humanos, nomeadamente de maquinistas no metro, e nós sabemos que temos de o fazer”, disse o ministro, em declarações aos jornalistas, no final da visita, que incluiu fazer a pé o trajeto pelo túnel entre a Estrela e o Rato, no caso até ao Liceu Pedro Nunes.
De acordo com o governante, da parte dos sindicatos há pedidos para um reforço imediato de 30 maquinistas e Duarte Cordeiro garantiu estar a “trabalhar para durante este semestre poder confirmar o reforço dos trabalhadores e fazer o que é a necessária progressão interna para a carreira de maquinista”.
O ministro explicou que os trabalhadores que venham a ser contratados não entram no imediato para a função de maquinista e que há também a possibilidade de ser aberto concurso interno dentro do Metro de Lisboa especificamente para essa função.
“Procuraremos no primeiro semestre deste ano dar nota de qual é o prazo em que vamos abrir esses concursos”, acrescentou.
Duarte Cordeiro frisou que irá “procurar contabilizar o que são no imediato medidas que permitam melhorar as condições de trabalho e ao mesmo tempo desbloquear aquilo que é a greve ao trabalho suplementar, que também afeta aquilo que é a atividade do metropolitano de Lisboa”.
Segundo o ministro, esse trabalho vai continuar a ser feito “durante esta semana” e Duarte Cordeiro disse acreditar que é possível “chegar a bom porto” nas negociações com os sindicatos.
“Há consciência de que são necessárias tomar medidas, por um lado, algumas de natureza operacional que melhorem as condições de trabalho dos trabalhadores, por outro lado medidas que permitam reforçar os trabalhadores do metro de Lisboa, reforço esse que será inevitável, para o qual estamos a trabalhar e que esperamos em muito breve prazo dar resposta”, apontou.
Com isto, Duarte Cordeiro espera que seja possível “desconvocar as greves ao período suplementar” e “minimizar o impacto na vida das pessoas e continuar a recuperar os passageiros para o período antes da pandemia”.
Na sessão de ponto de situação sobre o andamento das obras, onde foi assinado o auto de consignação relativo ao Lote 2, que formaliza o arranque da empreitada entre a estação Santos e o término da estação Cais do Sodré, o ministro aproveitou para defender que “a transição para uma economia hipocarbónica, o cerne da política ambiental atual, é benéfica para o crescimento”.
“Defender o ambiente, descarbonizar permite criar emprego qualificado, permite compatibilizar com o crescimento demográfico, garante maior dispersão na ocupação do território. Podemos mesmo dizer que descarbonizar nos dias de hoje é bom para a economia”, defendeu o governante.
O presidente do conselho de administração do Metro de Lisboa destacou que a empreitada em curso “é difícil e complexa”, mas disse acreditar que “vai certamente aumentar a qualidade de vida de todos”.
“Certamente que quando iniciarmos a operação da linha circular todos irão reconhecer as mais-valias e os benefícios desta linha para a área metropolitana de Lisboa”, defendeu Vitor Domingues dos Santos.
Para as obras da Linha Circular está previsto um investimento de 240,2 milhões de euros, cofinanciado em 137,2 milhões de euros pelo Fundo Ambiental e em 103 milhões de euros pelo Fundo de Coesão, através do POSEUR – Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.
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