"O MWC Barcelona 2020 foi cancelado devido porque a preocupação mundial com a epidemia do coronavírus, a preocupação sobre as viagens e outras circunstâncias tornam impossível a organização" do congresso, afirmou em nota a GSMA, responsável pelo evento.

Ao início da tarde, a imprensa espanhola avançou que a associação organizadora tinha decidido, em reunião extraordinária, avançar com a realização do certame, porém, algumas horas depois, acabou por recuar na sua decisão.

Esta medida é tomada também depois de, no dia 9 de Fevereiro a GSMA ter emitido um comunicado a reforçar que o evento ia ser organizado, apesar de empresas como a Ericsson, Sony, Amazon, Intel e LG, Nokia, Facebook, Vodafone e Deutsche Telekom já terem anunciado a sua desistência.

No congresso, cujo final estava agendado para dia 27, eram esperados mais de 100 mil visitantes de cerca de 200 países, incluindo cinco a seis mil pessoas da China.

O cancelamento representa um forte golpe para este setor, que gera 1,3 milhões de empregos e € 137 mil milhões em gastos diretos, segundo a UFI, associação que agrupa os organizadores das feiras internacionais, que a cada ano tem em no seu calendário cerca de 32 mil atividades.

Várias feiras de menor importância foram canceladas nas últimas semanas, principalmente na China, por causa da epidemia do COVID-19.

Entre elas, a feira de arte contemporânea Art Basel, prevista para o final de março em Hong Kong, e a Conferência e Exposição sobre aviação de negócios na Ásia no final de abril em Xangai.

Na Europa, as decisões têm sido menos radicais, ainda que uma feira de relógios tenha sido cancelada em Zurique e um fórum de investimentos tenha sido adiado na Rússia.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.115 mortos, dos quais 1.113 na China continental, onde se contabilizam mais de 44 mil infetados, 2.015 detetados nas últimas 24 horas, segundo o último balanço divulgado.

De acordo com as autoridades de saúde de Pequim o número de mortos nas últimas 24 horas foi de 97.

O balanço é superior ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, atinge também a região chinesa de Macau (8 casos de infeção, porque dois tiveram hoje alta) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.

Na Europa, contam-se desde segunda-feira 43 infetados, com quatro novos casos detetados no Reino Unido, onde a propagação do vírus foi declarada uma "ameaça séria e iminente para a saúde pública".

A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.

*com agências

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