Na cerimónia de inauguração do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Braga, Montenegro disse o seu Governo preza muito o voluntariado nos bombeiros mas sublinhou que que é preciso profissionalizar algumas tarefas e algumas respostas.
“Eu acredito que temos de ter uma estrutura que vai para além da estrutura dos bombeiros ao nível da proteção civil, mas eu não acredito que uma possa substituir a outra nem quero que uma esteja de costas voltadas para a outra”, vincou.
Para o chefe do Governo, é necessário que “cada um cumpra a sua missão” e que cada um saiba que ao lado está um parceiro que pode ajudar no cumprimento dessa mesma missão.
Por isso, defendeu o princípio da coabitação, “mas principalmente de comunhão e convergência, para todos em conjunto, termos, melhor socorro, melhor emergência e melhor combate àquelas que normalmente são as tarefas mais exigentes, que são aquelas que se associam a eventos mais trágicos, mais desafiadores”.
Em relação ao voluntariado nos bombeiros, admitiu que é necessário criar condições de atratividade para chamar mais jovens para as associações humanitárias.
“Temos de estar cientes de que, se não houver atratividade, para isso também do lado da tal retribuição que é devida a este esforço, será cada vez mais difícil continuar a ter chama viva, e aqui a chama é boa chama, chama viva nas associações humanitárias de bombeiros e no voluntariado”, referiu.
Montenegro aludiu, concretamente, “a uma retribuição por parte dos poderes públicos e do Estado face ao que é a tão nobre missão que eles [bombeiros voluntários] desenvolvem todos os dias do ano”.
Disse que os bombeiros precisam de ter incentivos e de um estatuto que valorize o seu trabalho e a sua disponibilidade.
Depois de ouvir o presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, dizer que se o Governo cumprir o seu programa “os bombeiros estão salvos”, Montenegro disse que essa é a sua preocupação diária.
“Quero dizer-vos que não penso noutra coisa todos os dias, em todas as suas dimensões”, referiu.
Ressalvou que “não é possível fazer tudo uma vez” mas garantiu que as medidas “vão mesmo acontecer nos próximos meses e nos próximos anos”.
Em relação aos fogos florestais, o primeiro-ministro disse que o Governo vai dar “um novo impulso” às políticas de prevenção, sublinhando que “vale muito mais investir dinheiro na prevenção do que no combate”.
“Se nós fizermos as contas àquilo que o Estado e os poderes públicos gastam quando há uma ocorrência de grande dimensão, chegamos à conclusão de que se tivéssemos gasto uma centésima parte daquilo que gastamos nesse momento de aflição, se calhar tínhamos evitado que aquela ocorrência ou que tivesse acontecido ou pelo menos que tivesse acontecido com a mesma dimensão com que normalmente pode acontecer”, afirmou.
Segundo adiantou, a agricultura e a exploração florestal “são uma das principais orientações de prevenção de incêndios rurais e florestais”.
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