Em conferência de imprensa na sede nacional do PSD, no início de quatro dias de iniciativas dedicadas à saúde, Luís Montenegro foi questionado sobre o seu primeiro ano à frente dos sociais-democratas, que hoje se completa, e sobre as tensões registadas entre a bancada e o líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, que estava a seu lado.

“Estamos muito, muito satisfeitos com aquilo que fizemos, mas queremos fazer muito mais no caminho que prometemos de ressurgimento de um PSD pujante, enérgico, mobilizado e mobilizador para dar a Portugal uma nova maioria e um novo Governo”, afirmou.

Já à pergunta se Miranda Sarmento teria “o lugar em risco”, o presidente do PSD reafirmou a confiança no líder parlamentar que escolheu pouco depois do Congresso que o consagrou, substituindo no cargo Paulo Mota Pinto, que estava no cargo há três meses.

“Eu estarei na próxima reunião do grupo parlamentar, ao lado do grupo parlamentar, como sempre estivemos, e sobretudo ao lado do seu líder, que tem feito um trabalho excecional à frente da bancada, concretizando desafios que temos pela frente de sermos uma oposição responsável, consistente, serena, firme e dedicada ao objetivo de governar Portugal”, disse.

Na quinta-feira, dia da reunião da bancada, o PSD marcou para o plenário um debate sobre saúde, levando a discussão e votos cinco resoluções sobre o tema.

Montenegro foi eleito líder do PSD em 28 de maio, poucos meses depois de o PS ter conquistado maioria absoluta nas legislativas com mandato até 2026, derrotando Jorge Moreira da Silva (72,5% contra 27,5%) em eleições diretas, meta que falhara dois anos antes, contra o então presidente Rui Rio.

Na sexta-feira, Joaquim Miranda Sarmento enviou aos deputados uma mensagem de whatsapp, dizendo que fazer críticas anónimas na comunicação social sob anonimato é uma “profunda cobardia que só prejudica” o partido, na sequência de uma notícia do Observador que dava conta de que o líder parlamentar do PSD teria travado, na semana anterior, um requerimento sobre saúde por ligações profissionais da sua mulher ao visado.

Aos deputados, Miranda Sarmento negou esta versão e reiterou que a retirada do requerimento em causa, noticiada pela Lusa, “ficou a dever-se apenas a questões processuais” e aproveitou para deixar um ‘recado’ à bancada.

“Que haja deputados que entendem que eu não sou um bom líder parlamentar, que não tenho perfil político e que outros seriam melhores líderes, é algo que posso aceitar, sem qualquer problema, quando as críticas são diretas e frontais”, referiu. acesso.

No entanto, acrescentou, “que o façam nos jornais, a coberto do anonimato, parece-me de uma profunda cobardia que só prejudica o PSD”.

Este é mais um de uma série de episódios de tensão entre a bancada — herdada da anterior direção de Rui Rio — e a liderança parlamentar. Na última reunião do grupo, na quinta-feira, Miranda Sarmento sentiu necessidade de “esclarecer os deputados” face a notícias que têm sido publicadas nas últimas semanas sobre uma eventual saída antecipada, assegurando que não pretende ir para o Parlamento Europeu e tenciona cumprir o mandato até julho do próximo ano.