“Estamos perante três anos perdidos, o que temos hoje em cima da mesa como solução em nada difere do que tínhamos em 2015”, criticou o vice-presidente da bancada do PSD Emídio Guerreiro, em declarações aos jornalistas, hoje, no parlamento.
O deputado social-democrata salientou que, na sequência do processo de privatização e concessão dos aeroportos feito pelo anterior executivo PSD/CDS-PP, ficou “estabelecido que a solução seria a Portela + 1” e que o futuro aeroporto seria concretizado a expensas do concessionário da Vinci Aeroportos.
“Aquilo que faltava em 2015 e que constava do dossier de transição do anterior governo para este era o que continua a faltar: o estudo de impacto ambiental. A questão que se coloca é o que andou a fazer o Governo ao longo destes três anos, e com prejuízos óbvios”, criticou.
Emídio Guerreiro salientou que os estudos técnicos em 2015 já apontavam o Montijo como a solução mais adequada e atribuiu a “um braço de ferro” entre o Governo e a Vinci estes atrasos, com impacto quer no lançamento do futuro aeroporto quer nas obras no aeroporto Humberto Delgado.
O deputado do PSD questionou ainda quais serão as consequências de um eventual resultado negativo do estudo do impacto ambiental nas obrigações assumidas, e relacionou o acordo hoje assinado com o período de pré-campanha eleitoral.
“Estamos a quatro meses das eleições europeias, a oito ou nove meses das eleições legislativas e isto vem na sequência de um conjunto de anúncios que o Governo está a fazer neste arranque de ano: mais não é que o início da campanha e da propaganda eleitoral”, defendeu.
O primeiro-ministro, António Costa, garantiu hoje que o Montijo “é a decisão” tomada para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa e defendeu que é uma decisão que surge com 50 anos de atraso.
“Mesmo depois deste acordo [de financiamento da expansão] assinado, o debate vai prosseguir. Mas a decisão é esta e há que a pôr em prática”, sublinhou António Costa, no Montijo, na cerimónia de assinatura do acordo sobre o modelo de financiamento para a construção do novo aeroporto e o reforço da capacidade do atual aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
O primeiro-ministro lembrou que o processo está ainda dependente das avaliações do impacto ambiental da conversão base aérea do Montijo para uso civil, em 2022, mas que, com o acordo fechado hoje, podem avançar os trabalhos no aeroporto Humberto Delgado.
O acordo assinado hoje prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 pela ANA – Aeroportos de Portugal, gestora dos aeroportos.
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