“Amado marido e pai, Michael morreu pacificamente no hospital com a sua esposa Anne e o seu filho Fergus ao lado da sua cama, após um ataque de pneumonia", cita o The Guardian.

"Pedimos que respeitem a nossa privacidade neste momento doloroso e agradecemos as mensagens de apoio e amor", pode ainda ler-se.

Michael Gambon interpretou o professor de Harry Potter, Albus Dumbledore, assumindo o papel de Richard Harris após a sua morte em 2002.

Nasceu em Dublin, capital da Irlanda, a 19 de outubro de 1940, e emigrou para o Reino Unido em 1945, com cinco anos. Gambon deixou a escola aos 15 anos e, ao contrário de muitos dos seus contemporâneos, não recebeu nenhum ensino formal na escola de teatro.

Entrou no mundo dos palcos como construtor de cenários e posteriormente ganhou experiência a atuar em produções amadoras. Estreou-se a interpretar uma peça de Shakespeare em Dublin, tendo depois sido contratado por Laurence Olivier para a companhia do Royal National Theatre, onde voltou ao repertório do dramaturgo inglês.

O nome de Gambon tornou-se mais conhecido a partir de 1980, quando representou John Dexter numa produção de “Galileo”. A partir daí, surgiu regularmente nos palcos do Teatro Nacional, com direito a grandes papéis nas obras de Shakespeare como Rei Lear, Otelo ou Marco António.

Homem de teatro, Michael Gambon interpretou Harold Pinter, Samuel Beckett, Arthur Miller e David Hare, entre outros autores, venceu três prémios Olivier e era conhecido no meio, escreve a BBC, como “O Grande Gambon”.

Na televisão, teve grande sucesso em séries sobre detetives, como o musical noir de Dennis Potter, The Singing Detective, ou no conjunto de thrillers de Maigret, em que interpretou o polícia Georges Simenon. A carreira na televisão trouxe-lhe ainda quatro BAFTA.

Devido ao sucesso das suas atuações enquanto ator, recebeu da Rainha Isabel II o título de "Sir". Em meio século de carreira, Gambon recebeu cinco prémios Bafta.

Gambon começou retirar-se do trabalho no palco em 2014, quando assumiu que tinha dificuldade em lembrar-se das suas falas. "Fico triste com isso. Adoro teatro, mas não consigo ver-me a interpretar papéis enormes novamente", afirmou.

Antes disso, em 2009, por motivos de doença, desistiu de participar em The Habit of Art, de Alan Bennett, no National Theatre, poucas semanas antes da noite de estreia, sendo substituído por Richard Griffiths.