Trata-se de uma ação de protesto contra as medidas anunciadas pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, para inspeção a estes veículos, à semelhança do que existe para os automóveis.

O Governo quer também tornar obrigatória a carta de condução para quem conduzir motociclos a partir de 125 cm3 de cilindrada, mesmo que tenha já carta de automóvel.

Por lei, a inspeção periódica dos motociclos, triciclos e quadriciclos com cilindrada superior a 250 cm3 está prevista no Decreto-Lei n.º 133/2012, de 11 de julho.

Esta lei veio obrigar os centros de inspeção a adaptarem-se para fazerem inspeção a motas, mas ficou por sair a regulamentação.

O protesto marcado para várias cidades, entre as quais Porto, Coimbra, Faro, Funchal e Ponta Delgada, é organizado pelo Grupo Ação Motoclista(GAM), criado em 2005, e tem o apoio de clubes de vários pontos do país, nomeadamente do Porto e de Faro, disse à Lusa António Manuel, membro fundador do GAM.

Anunciada como a “2.ª Megamanifestação Contra a Manipulação da Sinistralidade e a Farsa das Inspeções às Motos”, a iniciativa visa “mostrar um cartão amarelo” ao ministro.

“Esperamos milhares de motociclistas em todo o país”, indicou a mesma fonte.

De todos os locais onde os motociclistas vão concentrar-se, seguirá um desfile pelas cidades, durante o qual haverá intervenções públicas dos participantes, de acordo com a informação hoje divulgada.

“Os cidadãos/motociclistas deste país sabem que os argumentos da sinistralidade e segurança rodoviária, que até agora foram usados pelo ministro da Administração Interna, são falsos e apenas visam a viabilização de negócios que irão penalizar e até condenar o uso da moto e a mobilidade nos grandes centros urbanos”, lê-se num comunicado emitido pela organização.

Para os motociclistas, o trabalho de fiscalização é já um dever da polícia, pago pelos contribuintes.

“Querem transformar um dever da polícia num negócio de privados”, alegam, acrescentando que o trabalho das autoridades não pode ser só a “caça à multa”.

Em informação enviada às redações, os manifestantes frisam ser “mentira” que os acidentes se devam à falta de condições técnicas para circular: “Está provado cientificamente, através de estudos a nível europeu (MAIDS), que apenas 0,3% dos acidentes têm causa em falhas mecânicas”.