A Moveaveiro foi criada em 2004 para integrar a frota de autocarros, os transportes fluviais, as Bicicletas de Utilização Gratuita de Aveiro (BUGA) e o estacionamento urbano.

A extinção da empresa, que deixou de ter atividade operacional com a concessão dos transportes urbanos e a passagem da gestão do estacionamento parconizado e das BUGA para a câmara, surge no âmbito da lei que obriga a acabar com as empresas municipais sem viabilidade económico-financeira.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, considerou que se trata de “um marco muito importante e histórico”, que culmina “uma das mais difíceis reformas realizadas na gestão da Câmara de Aveiro”.

“A Moveaveiro era uma empresa muito complexa, com um leque de recursos humanos grande e com áreas de negócio muito complexas, e foi necessário estudar bem a realidade da empresa e dar destino a cada uma dessas áreas”, disse o autarca.

Ribau Esteves, que falava após a assinatura da escritura de liquidação da Moveaveiro, realçou ainda o “pulo qualitativo muito relevante” obtido nos serviços prestados e os ganhos em termos financeiros.

“Aquilo que era um desequilíbrio de cerca de 2,2 milhões de euros por ano, que era o investimento da Câmara para suportar o défice da operação da Moveaveiro, passou neste momento para cerca de 1,2 milhões”, disse o autarca.

Ribau Esteves referiu ainda que, dos quase 200 trabalhadores da empresa, cerca de metade foi integrada nos quadros da Câmara.

“Houve um conjunto de funcionários que estava vinculado à empresa que não quis sequer pôr a hipótese de vir para a Câmara. Outros nem sequer era hipótese, porque a Câmara não tinha funções adequadas para virem”, explicou o autarca, adiantando que o município “cumpriu com todas as suas obrigações, em termos de indemnização e fundo de desemprego”.

Além da Moveaveiro, a Câmara já tinha procedido à liquidação de outras três empresas municipais (TA - Teatro Aveirense, TEMA – Teatro Municipal de Aveiro, e EMA – Estádio Municipal de Aveiro) faltando apenas concluir o processo relacionado com a Aveiro-Expo, que se encontra “formalmente em extinção”.

Ribau Esteves antevê que 2019 será o último ano desta empresa, que foi criada para assegurar a gestão e exploração do Parque de Exposições, detida em 51% pelo município e em 49% pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA).

“O plano que montámos está a correr bem”, disse o autarca, adiantando que estão a trabalhar na criação de uma nova entidade para gerir o parque de feiras e exposições, que deverá ser uma associação privada sem fins lucrativos.