Numa nota enviada à agência Lusa, aquela entidade refuta as críticas do presidente da Juventude Popular, que na sexta acusou a Movijovem de “inoperância e desleixo” por as pousadas começarem a reabrir naquele dia, quando “aquelas que são geridas por outras entidades, como é o caso de alguns municípios, já se encontram em normal funcionamento”.

Na altura, Francisco Mota afirmou que “o que está em causa não são razões de saúde pública, mas antes inoperância e desleixo” e questionou também por que razão estas estruturas “não abriram ao mesmo tempo da restante hotelaria”.

Em resposta a estas acusações, a Movijovem indica que 30 das 42 pousadas da juventude “estiveram ao serviço da comunidade” devido à covid-19, a “dar resposta a situações e problemas prementes e reais, acolhendo pessoas que não têm condições, nos seus domicílios, para fazer o isolamento profilático e pessoas em situação de sem-abrigo”, o que aconteceu “até ao final de junho”.

Numa outra resposta à agência Lusa, na sexta-feira, aquela entidade adiantou que as pousadas “vão reabrir de uma forma gradual, que ocorrerá em três momentos distintos, nos dias 3, 10 e 15 de julho” e referiu também que “não está ainda definida a reabertura das pousadas de juventude de Lisboa – centro e Lisboa – Parque das Nações, e também da pousada de juventude de Vila Nova de Cerveira, que pelo menos ao longo de todo o mês de julho continuarão ao serviço da comunidade”.

“Estão em causa razões de saúde pública, mas mais do que isso está em causa a solidariedade que defendemos e o apoio àqueles que mais precisam, questões que fazem parte da missão fundamental das Pousadas de Juventude, uma entidade que tem natureza diversa dos negócios privados na área do alojamento e que, constituindo uma das maiores redes de alojamento a nível nacional, não se demite da sua intervenção cívica e social”, salienta hoje a Movijovem.

Esta reabertura gradual é justificada então com “questões de planeamento e segurança”, uma vez que a gestora quer “avançar com o regresso à atividade de forma equilibrada, garantindo que as unidades que reabrem em todas as fases estão distribuídas ao longo de todo o território”.

Para garantir que as pousadas reabrem “em segurança e com confiança”, as instalações foram desinfetadas pelas Forças Armadas e os alojamentos estão a ser equipados “com o material necessário para responder a todas as necessidades” e “proteger os trabalhadores”, que farão “ações de formação”.

Citado na resposta enviada hoje à Lusa, o presidente da Movijovem, Nuno Coelho Chaves, realça que “o calendário da reabertura foi faseado e planeado para, com tempo e segurança, garantir que a infraestrutura da Movijovem e as pousadas de juventude pudessem orientar a sua missão para a vertente turística depois de intensos meses como uma importante estrutura de apoio à pandemia”.

“Isso não se faz de ânimo leve, é fruto de um calendário articulado com a Direção-Geral da Saúde, apostando na sua certificação, e as instituições militares. Tomamos a opção de ser zelosos para não correr riscos, garantido a segurança de quem nos procura e dos nossos trabalhadores”, vinca também.