Com um horizonte de 10 anos, o Plano incide sobre aspetos como as faixas de gestão de combustível, rede viária, pontos de água, fiscalização e sensibilização das populações.

O documento propõe atingir a diminuição do número de ocorrências a uma cadência de menos 50 por ano, reduzindo-as em um terço até 2027, e a redução da área ardida para menos de 100 hectares por ano. Essa é também a dimensão máxima que os grandes incêndios deverão atingir, preconizando-se que nenhum incêndio deverá estar ativo mais de 12 horas.

Na sua elaboração foi tido em conta o "histórico" de incêndios do concelho, que se caracteriza por elevado número de ocorrências e reduzida área ardida.

Para o cumprimento das metas é dada especial atenção às faixas de gestão de combustível, que deverão atingir os 100 metros de largura em quatro aglomerados populacionais que confinam com espaço florestal: na Rua do Barreiro, na Taipa, na Rua da Cafelada, em Mamodeiro, na Rua Direita da Vessada, e no Chão Velho, em Nariz.

São também definidas, com a mesma largura de 100 metros, faixas de proteção a infraestruturas como os parques de campismo de São Jacinto, a plataforma logística de Cacia e o Centro de Tratamento de Resíduos de Eirol, enquanto em redor de fábricas, oficinas e armazéns a faixa de gestão de combustível deverá ser de 50 metros.

De acordo com o planeamento das ações, no que respeita aos quatro aglomerados populacionais e a arruamentos municipais na zona, o primeiro ano de intervenção deverá ser 2019, por se encontrarem nas imediações de áreas que arderam em outubro de 2017.

Já este ano deverão ser executadas as faixas de proteção em redor dos parques de campismo e da estrada de São Jacinto, bem como na estrada nacional 235, com manutenção prevista de dois em dois anos.

No que respeita à rede viária florestal o Plano prevê a beneficiação a uma média de 104 quilómetros por ano, sendo que em 2018 são já beneficiados 113 quilómetros.

Quanto à disponibilidade de água para o combate aos incêndios é considerada satisfatória, com 228 pontos de água de acesso terrestre, que inclui 74 bocas de incêndio e 154 marcos de incêndio, e oito pontos de acesso aéreo.

O Plano tece ainda considerações sobre a origem dos incêndios no Município de Aveiro, num apelo implícito a uma maior vigilância, apesar da falta de provas que permita afirmar terem "mão criminosa".

É o que faz ao observar que "na maior parte dos casos (...) são provocados por vários focos surgidos em locais próximos e com intervalos de tempo reduzidos, alguns entre as 13 horas e as 15 horas, período do dia em que as temperaturas são mais elevadas, e é comum ocorrerem junto aos caminhos florestais, ou seja, locais de passagem e fuga rápida".