O anúncio da greve foi feito no final de março, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, onde cerca de uma dezena de dirigentes sindicais mostraram, na rua, uma faixa onde escreveram as principais exigências, entre elas o reforço dos recursos humanos e a valorização das carreiras.
Artur Sequeira, um dos dirigentes sindicais, disse, na altura, à agência Lusa que a greve foi convocada depois de várias reuniões com o Governo não terem dado resposta às necessidades dos trabalhadores, “que se arrastam há anos”.
“Esperamos uma adesão forte, embora os trabalhadores já estejam a ser alvo de pressão para não fazerem greve”, disse o dirigente sindical, estimando ainda que este setor envolva “largas centenas” de funcionários de museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos em todo o país.
Artur Sequeira sublinhou que o setor da Cultura “tem uma falta de pessoal crónica por várias razões: aposentações de funcionários, saídas por acordo e o fecho das admissões na administração pública”.
Outra questão sobre a qual os sindicatos tomaram posição diz respeito ao projeto do Governo, em apreciação no parlamento, de municipalização das competências destes espaços culturais: “É o Ministério da Cultura que deve gerir estes serviços para garantir um serviço público de qualidade”.
Outras reivindicações prendem-se com a reposição e criação de carreiras especiais, o abono para falhas, o regulamento de entrega e transporte de valores, o regulamento de fardamento, as condições de saúde e segurança no trabalho, e a formação profissional.
Na semana passada, fonte do Ministério da Cultura disse à Lusa que o Governo quer integrar 113 trabalhadores de museus e monumentos nos quadros da Administração Pública através de concurso, mas aguarda autorização da tutela das Finanças.
Apesar da garantia de abertura de concursos para integração nos quadros, o sindicalista Artur Sequeira disse que a greve se mantém, porque há outras reivindicações para aqueles trabalhadores.
“Todos os monumentos, museus e sítios precisam de pessoas. Não basta integrar aquelas 100 pessoas. É preciso recrutar novos trabalhadores. E exigimos uma medida excecional, porque, se for por concurso, aqueles trabalhadores arriscam-se a ver a vaga ocupada por outra pessoa”, disse Artur Sequeira.
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