As últimas sondagens para as eleições presidenciais nos sete swing-states — Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Carolina do Norte, Arizona, Nevada e Geórgia — publicadas nesta segunda-feira pelo The New York Times continuam a indicar uma disputa ombro a ombro entre os dois adversários.

O mesmo resultado de outro levantamento realizado pelo Washington Post: 47% têm intenção de votar em Kamala e 47%, em Trump. Nessa situação, cada um lida com o stress como pode.

"Ultimamente, acordo durante a noite", mas "faço exercício todas as manhãs" porque é "muito importante" para a "mente, o corpo e o espírito", "como bem" e "faço questão de falar com as crianças e meu marido todos os dias", resumiu a vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca no Michigan.

Kamala, de 60 anos, também viajou a outros dois estados do leste, Pensilvânia e Wisconsin, acompanhada pela ex-congressista republicana Liz Cheney, filha do ex-vice-presidente Dick Cheney (2001-2009) e adversária ferrenha de Trump.

"Não se trata do partido, trata-se do que está bom e do que está mau", declarou Cheney, que incentivou as pessoas a "votarem com consciência". Nesta segunda-feira, Kamala concentrou-se em procurar o voto dos republicanos moderados.

Disse-lhes que prestassem atenção a tudo o que Trump diz, porque "é um homem pouco sério, mas as consequências caso ele se torne presidente dos Estados Unidos são brutalmente sérias. Há coisas que ele diz que serão objeto de programas de comédia, risos e piadas, mas as palavras têm significado" — inclusive na política externa. "Se Donald Trump fosse presidente, [o presidente russo] Vladimir Putin estaria sentado em Kiev" porque o bilionário deixa-se manipular por "favores e elogios", afirmou a vice-presidente.

Trump diz "ao presidente da Rússia que ele pode sair impune com o que fez" ao invadir a Ucrânia, insistiu. "Olhem para o mapa, a Polónia seria a próxima". E criticou o isolacionismo defendido por Trump, adepto do lema "Os Estados Unidos em primeiro lugar" em qualquer circunstância.

Lembrem-se de "Pearl Harbor, da história recente", argumentou Kamala sobre o ataque do Japão à base naval americana que marcou o fim do isolacionismo e a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Nestas eleições, "temos a oportunidade de dizer" que "vamos rejeitar a crueldade", "a crítica vil e odiosa" e "a misoginia que vimos em Donald Trump e JD Vance", o seu companheiro de corrida, afirmou Cheney, por sua vez.

O campo democrata elevou o tom das críticas contra o ex-presidente e candidato republicano, a quem acusa de ter um comportamento errático.

No último fim de semana, o bilionário deixou muitas pessoas boquiabertas com os seus comentários grosseiros, como quando mencionou o órgão sexual "incrível" do falecido golfista Arnold Palmer e chamou a Kamala Harris uma "vice-presidente de merda".

Depois de tentar seduzir os trabalhadores no sábado e fritar batatas num McDonald's no domingo, o magnata de 78 anos seguiu nesta segunda-feira para a Carolina do Norte.

Neste estado devastado pela passagem do furacão Helene, Trump repetiu teorias conspiratórias que acusam o governo do presidente Joe Biden e a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) de redirecionarem os fundos para desastres para trazer migrantes ilegais e impulsionar os votos nos democratas.

"Acredito que é uma vergonha o que aconteceu com a Fema, o que aconteceu com os seus esforços de resgate [...] quase inexistentes", disse Trump, ao lado de autoridades locais que não o contradisseram.

Uma retórica anti-imigrante que ele reiterou num comício, como faz diariamente. Acusou a vice-presidente de trazer "todos os dias [...] migrantes ilegais que estão a violar e assassinar mulheres e crianças".

Na realidade, a criminalidade nacional diminuiu, segundo dados oficiais, e o número de crimes atribuídos a imigrantes é muito baixo em proporção ao de estrangeiros em situação irregular.

Se vencer as eleições, o magnata republicano promete ativar uma lei de 1798 para "resgatar cada localidade dos Estados Unidos que tenha sido invadida e conquistada".

À noite, o bilionário participou num comício para um público cristão. Trump disse-lhes que a sua fé "ganhou um novo significado" em 13 de julho, quando foi vítima de uma tentativa de assassinato. E acredita que Deus o salvou "com um propósito": dirigir os Estados Unidos. "Os cristãos não estarão seguros com Kamala Harris como presidente", afirmou.