“Segundo as nossas informações, o número de mortos nos dois lados atinge os cerca de 2.000, o que significa que o número total está a aproximar-se dos 5.000″, declarou o chefe de Estado russo, num fórum transmitido em direto pela televisão local.

O Nagorno-Karabakh, território de maioria arménia, separou-se do Azerbaijão, o que levou a uma guerra que causou mais de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados nos anos 1990.

Desde então Baku acusa a Arménia de ocupar o seu território e os confrontos armados são regulares, mas as hostilidades em curso desde o final de setembro são as mais graves desde 1994.

Após quase 30 anos de impasse diplomático, o Presidente azeri, Ilham Aliev, jurou recuperar o controlo do território, pela força se necessário.

Segundo os balanços parciais, estes novos combates terão feito cerca de 1.000 mortos, incluindo uma centena de civis.

Mas os dois campos rivais reivindicam também ter matado milhares de adversários.

“Atualmente, o conflito está na pior das suas variantes”, lamentou Vladimir Putin, na qualidade de líder da principal potência regional que mantém boas relações com as duas fações beligerantes.

O chefe de Estado russo indicou estar “em contacto permanente” com o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, e com o primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pachinian.

“Compreendemos que uma situação como esta, quando uma parte importante do território azeri é perdida, não pode continuar”, afirmou Putin, referindo-se a uma guerra que tem as suas raízes numa “luta territorial” e num “confronto étnico”.

Na quarta-feira, a Arménia excluiu qualquer “solução diplomática” para o conflito, num momento em que têm sido encetados vários esforços internacionais, até à data sem resultados, para negociar um cessar-fogo duradouro.

Por exemplo, uma primeira trégua negociada sob a égide da Rússia deveria ter entrado em vigor em 10 de outubro, para permitir pelo menos uma troca de prisioneiros e de corpos, mas nunca foi respeitada.

Entretanto, está agendada para sexta-feira em Washington, sob o patrocínio da diplomacia norte-americana, uma reunião, em separado, com os ministros dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão e da Arménia para tentar promover uma solução para o conflito.