“Se [Donald Trump] tem informações que o ilibam, estamos ansiosos para vê-las”, afirmou Pelosi numa entrevista divulgada no domingo no programa "Face the Nation", da CBS, propondo que o Presidente responda às questões por escrito, se preferir.

O Congresso norte-americano iniciou na semana passada as audições públicas do inquérito para a destituição de Donald Trump, ouvindo duas figuras relevantes do Departamento de Estado acerca de alegada pressão sobre um líder estrangeiro para proveito do Presidente norte-americano.

As audições públicas do processo de ‘impeachment’ estão a ser transmitidas em direto por vários canais televisivos norte-americanos, mas a Casa Branca já informou que o Presidente não está a assistir aos trabalhos no Congresso, porque “está a trabalhar”.

Também o líder democrata do Senado, Chuck Schumer, considerou que o Presidente devia estar presente no inquérito, afirmando que, se Donald Trump não concorda com o que está a ouvir, não devia enviar mensagens pelo Twitter, mas sim testemunhar.

“Devia vir ao comité testemunhar sob juramento e permitir que aqueles que o rodeiam venham ao comité e testemunhem sob juramento”, disse, alegando que o facto de o Presidente impedir que os funcionários da Casa Branca testemunhem levanta suspeitas sobre o que podem estar a esconder.

O Comité de Investigação do Congresso vai iniciar a segunda semana de audições públicas, estando vários nomes importantes agendados, como Gordon Sondland, embaixador dos Estados Unidos na União Europeia.

Sondland confirmou em outubro que o Presidente dos Estados Unidos queria que o Governo da Ucrânia investigasse o filho do seu rival e antigo vice-Presidente Joe Biden.

O ex-membro do Conselho de Segurança nacional dos EUA Tim Morrison, que se demitiu na véspera de testemunhar no Congresso, disse aos investigadores, que Trump e Sondland tinham discutido a Ucrânia em conversas telefónicas e referiu que os dois conversaram cinco vezes, entre 15 de julho e 11 de setembro, período em que os Estados Unidos suspenderam a ajuda militar à Ucrânia.

Os democratas suspeitam que Trump pressionou o seu homólogo ucraniano Zelensky, suspendendo uma ajuda militar, a inquirir a família Biden, que tem interesses neste país do leste europeu.

O testemunho de Morrison contradiz muito do que Sondland disse aos investigadores do Congresso durante o seu próprio depoimento à porta fechada, que o embaixador mais tarde alterou.

Trump garantiu, por seu lado, que não se lembra do telefonema e referiu que mal conhecia Sondland, um dos patrocinadores da sua campanha de 2016.