"Não vejo nenhuma razão [para abandono ou interrupão de funções], nem os vila-verdenses compreenderiam qualquer situação que não fosse continuar", afirmou António Vilela, em declarações à agência Lusa.

O eleito pelo PSD declarou ainda se mantém como candidato a novo mandato, apesar de ainda não ter falado com as estruturas do partido.

"Mantenho-me como candidato. Não há nenhum motivo para não manter o rumo que está definido relativamente à candidatura", disse. "Ainda não falei com ninguém do partido sobre esse assunto mas, obviamente, na altura própria o partido avaliará essa situação. Da minha parte continuará a contar com a minha disponibilidade", ressalvou.

O autarca foi detido terça-feira juntamente com o proprietário da Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV), João Nogueira, suspeito do crime de corrupção ativa, e ambos foram interrogados quarta-feira por um juiz de instrução criminal.

António Vilela é suspeito do crime de corrupção passiva (punível com prisão de dois a oito anos), prevaricação (punível com prisão de dois a oito anos), participação económica em negócio (punível com prisão até cinco anos e multa de 50 a 100 dias) e abuso de poder (cuja pena pode ser de seis meses a três anos ou multa de 50 a 100 dias).

O autarca explicou que na base do processo "está apenas e só" a venda da participação pública naquela escola "e mais nada".

Foi, disse, "um processo [de venda da participação das autarquias de Vila Verde, Amares e Terras do Bouro na EPATV] que decorreu na responsabilidade dos órgãos municipais, nem sequer foi da minha responsabilidade, a estratégia foi feita pelos municípios associados".

António Vilela garantiu ainda que não lhe foi apreendida qualquer quantia em dinheiro ou bens. "Nem o município nem eu a título pessoal tivemos qualquer bem arrestado. Ao cidadão António vilela não foi arrestado um cêntimo que seja", salientou.

Em comunicado, quarta-feira, a PJ deu conta da apreensão e arresto de "bens de valor elevado, designadamente automóveis e elevadas quantidades de dinheiro", no cumprimento de mandados de busca.

O autarca e o proprietário da EPATV foram ouvidos quarta-feira, durante cerca de quatro horas, pela juíza de instrução criminal do Tribunal de Braga Magda Cerqueira, que lhes decretou como medidas de coação a proibição de se ausentarem do país e de comunicarem entre si.

A juíza proibiu ainda António Vilela e João Nogueira de contactarem o "suspeito" Rui Silva, ex-vice-presidente da autarquia de Vila Verde e atual deputado à Assembleia da República pelo PSD, assim como qualquer funcionário da EPATV.

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