Depois de ter declarado no sábado "guerra" ao grupo terrorista Hamas, - fruto do ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade Al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar - hoje Benjamin Netanyahu, num discurso à nação, começou por referir os horrores do massacre que está acontecer a sul de Israel, para depois dizer não estar surpreendido. O Primeiro Ministro israelita aludiu a que no seu país já todos sabiam das atrocidades de que os membros do Hamas eram capazes, mas que agora “todo o mundo pôde assistir à brutalidade do Hamas”.

Num discurso que pautou pelo pedido de unidade, e reforço da a ideia de que este ainda é só o início da guerra, prometeu ainda “derrotar o Hamas como o Ocidente derrotou o Estado Islâmico”.  Admite que virão dias difíceis, mas que a resposta será dura. “Todos os inimigos vão saber que foi um erro terrível atacar Israel. Vai ecoar por gerações. E o campo de batalha está tem muitos feitos históricos.”

Para isso diz que a solução da vitória do povo israelita pode passar por um "governo de unidade nacional de emergência", no terceiro dia da ofensiva desencadeada pelo movimento islâmico palestiniano Hamas, que deixou pelo menos 800 mortos em Israel.

"Apelo aos líderes da oposição para que formem imediatamente um governo de unidade nacional de emergência, sem condições prévias", disse Netanyahu num discurso televisivo,

Netanyahu lidera uma coligação de direita, extrema-direita e partidos ultra-ortodoxos, enfrenta uma das maiores crises da história do país.

Na sua intervenção, o chefe do governo israelita detalhou os cinco pontos de seu programa: recuperar o controlo do território e "eliminar os terroristas" ainda presentes em Israel; realizar um ataque "massivo" contra o Hamas com "uma força inédita"; "reforçar as frentes" ao norte e contra o Hezbollah e na Cisjordânia; continuar a campanha para garantir o apoio da comunidade internacional; e finalmente "a unidade do povo" com a formação de um governo de unidade nacional.

No terceiro dia de conflitos há já 800 mortos em território israelita, sendo que se estima que mais de 150 tenham sido levados para a Palestina como reféns. O que se torna especialmente preocupante depois do grupo armado ter anunciado que começará a executar reféns por cada bombardeamento que caia sobre casas civis e sem aviso prévio na Faixa de Gaza. O porta-voz militar do Hamas, Abu Obaida, disse que está a agir de acordo com as instruções islâmicas, ao manter os reféns israelitas sãos e salvos. Mas avisa que os prisioneiros serão mortos se os bombardeamentos, e as mortes de civis dentro das suas casas, continuarem, escreve a Reuters.

Estes números de fatalidades, que continuam a crescer a cada hora, fizeram o Presidente da República Israelita, Isaac Herzog,  afirmar que "desde o Holocausto que nunca foram mortos tantos judeus num único dia. E desde o Holocausto que não testemunhávamos cenas de mulheres, crianças e avós judeus, incluindo sobreviventes do Holocausto, a serem metidos em camiões e levados para cativeiro”.

*Com Lusa