Ao longo de quatro dias de audiência num tribunal de Paris, Sarkozy disse ter sido vítima de uma “conspiração” e mostrou-se inocente de todas as acusações, nomeadamente as pronunciadas em março de 2018, quando lhe foram imputados três crimes: corrupção passiva, ocultação de peculato e financiamento ilegal de campanha.

“Soube desta nova indiciação com o maior espanto (…). A minha inocência é, novamente, violada por uma decisão que não produz a menor prova de financiamento ilícito”, disse hoje Sarkozy, referindo-se à acusação de associação criminosa, num comunicado divulgado nas redes sociais.

“Os franceses devem saber que sou inocente de tudo de que sou acusado. Atribui-se um crédito improvável às declarações de assassinos, notórios vigaristas e falsos testemunhos”, insistiu o ex-chefe de Estado.

O processo contra Sarkozy foi reativado depois de um tribunal de recurso de Paris ter rejeitado, no final de setembro, a maioria dos recursos apresentados pela defesa para anular a instrução judicial.

Uma das provas apresentadas contra Sarkozy foi um documento de 2006, do chefe dos serviços secretos da Líbia, Musa Kusa, sobre a concessão de 50 milhões de euros para a campanha eleitoral do candidato presidencial francês.

Entretanto, no final de novembro e início de dezembro, Sarkozy será julgado também por corrupção e por tráfico de influência, por alegadamente ter tentado obter, em troca de favores, relatórios confidenciais de um magistrado num caso envolvendo escutas telefónicas ilegais.

Em março e abril de 2021, Sarkozy vai sentar-se no banco dos réus por financiamento ilegal numa outra campanha eleitoral, a de 2012, na qual foi derrotado pelo socialista François Hollande.

(Notícia atualizada às 13:15)