A banda, que já gravou várias faixas do álbum de estreia, “Grace and Error on the Edge of Now”, previsto para outubro, num estúdio em Lisboa, com a chancela da editora Pataca Discos, foi um dos primeiros projetos a atuar na quinta-feira no festival, pelas 17:30, a par dos lusos Fogo Fogo.

Danny e Moritz conheceram-se em 2011, contaram em entrevista à agência Lusa, quando ambos estavam envolvidos em projetos diferentes, tendo em comum a amizade do português Luís Nunes, conhecido como Benjamim no mundo da música.

Depois de se afastarem durante seis meses, os dois juntaram-se para “conversar e trabalhar em algumas músicas”, mesmo que muito desse trabalho fosse feito “à distância, pela Internet”.

“Começámos a trabalhar em músicas que nem sequer vieram parar ao disco, na altura nem sabíamos que íamos gravar um álbum. Trabalho sem grande objetivo ou propósito, só a fazer música”, explicou Moritz.

O austríaco visitou Lisboa “em agosto de 2017”, quando Benjamim o apresentou à Pataca Discos, que os convidou para uma sessão de estúdio, no culminar de um “processo orgânico de fazer música só pelo amor à música”.

“Temos uma boa química musical, mesmo que sejamos como um diagrama de Venn, com algo no meio em comum e depois estilos muito opostos. Isso ajudou a desafiarmo-nos um ao outro”, afirma Danny.

O inglês admitiu ter sentido “muitos nervos” na atuação de quarta-feira, no Maus Hábitos, no Porto, uma espécie de ‘aquecimento’ para o Primavera Sound, onde quase vieram como espetadores e não artistas.

“Quando estivemos em Portugal a trabalhar no álbum, fomos convidados pela Pataca para assistir ao festival - é política comum com novos artistas. Ficámos todos contentes”, revelou Moritz, enquanto Danny reforçou a ideia de que a dupla é “muito sortuda, mesmo com imenso trabalho”, por ter tido a “grande oportunidade” de atuar no festival.

Moritz descreve a sonoridade da banda como “honesta”, entre o lado “muito vulnerável” e uma aprendizagem que salta para as faixas, enquanto Danny reforça o facto de existirem nas músicas “mais do que uma camada de significado, não só o que se passa no mundo mas também um lado mais pessoal”.

“Pensamos que é algo muito humano, como o sentido da memória e uma forma muito terrena de existir, e um outro lado mais futurista ou espacial, em termos sónicos”, explicou o austríaco.

Moritz descreveu “uma paisagem sonora, vasta e grande, de montanhas grandes a uma cidade, e isso está lá [na música], mostra que o trabalho foi feito em espaços diferentes e isso é refletido na música”.

Ao vivo, há “algumas diferenças”, mas a ideia é a de “replicar a estética sonora”, sendo que, ao lado do duo, estão Samuel Pert, Dan Rainey e Alice Padrón, nos concertos.

A Pataca Discos já disponibilizou ‘online’ as faixas “MHL” e Sparks, e o grupo pretende focar a marcação de uma digressão, com concertos, tanto em Portugal como em Inglaterra, onde ambos residem, para o próximo verão, em 2019, após terem lançado o disco de estreia.

No Primavera Sound, Danny gostava de poder ver Nick Cave, um ‘vizinho’, já que ambos vivem em Brighton, bem como “algumas das coisas da nova onda de ‘hip hop’, como Vince Staples”, além de Thundercat, enquanto Moritz elege também o australiano, Grizzly Bear e The War on Drugs.

A sétima edição do NOS Primavera Sound no Porto realiza-se de quinta-feira a sábado, com nomes como A$AP Rocky, Fever Ray, Vince Staples ou Grizzly Bear na sexta-feira.

O sábado conta com Nick Cave & The Bad Seeds, Public Service Broadcasting, Mogwai ou The War on Drugs, entre outros.