“Estas 58 camas são absolutamente essenciais num momento em que o país regista novamente um número de casos diários muito elevado e em que a região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo tem um peso significativo nesse número”, disse Marta Temido, defendendo que este “é o momento em que todos somos chamados a colaborar, a parar as cadeias de transmissão e a reforçar a resposta dos serviços de saúde”.
A unidade de retaguarda, suportada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), vai acolher “pessoas com covid-19 que já estão numa fase em que o tratamento pode prosseguir numa estrutura um pouco menos diferenciada do que o hospital”, integrando profissionais de diferentes centros hospitalares de Lisboa e também dos cuidados de saúde primários, sob a coordenação do líder da Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, o pneumologista António Diniz.
“Estamos a fazer todos os esforços para ter mais meios, mas a força desta infeção só se controla com o esforço de cada um de nós até ao momento em que conseguirmos a imunização; um processo que é longo e no qual temos grandes esperanças, que não podem desvanecer-se, mas que, neste momento, nos devem manter a resistir à transmissão da infeção”, enfatizou Marta Temido.
Para o funcionamento desta estrutura, adiantou António Diniz, serão necessários “seis elementos considerados seniores” e “13 elementos em formação que vêm dos cuidados de saúde primários” da região, reconhecendo que a unidade vem “aliviar a pressão” que os hospitais estão a ter atualmente. Perante um eventual agravamento da condição clínica, está previsto que o doente retorne à unidade hospitalar de origem.
“[A entrada em funcionamento da unidade] Está dependente de termos a confirmação de todas as pessoas para depois terem o período mínimo de formação”, observou o pneumologista.
“Não é fácil estar a deslocar pessoas, mas vamos chegar lá. Não tenho qualquer dúvida disso”, adiantou.
Portugal registou hoje 219 mortes relacionadas com a covid-19 e 14.647 novos casos de infeção com o novo coronavírus, os valores mais elevados desde o início da pandemia, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim revela também que estão internadas 5.493 pessoas internadas, mais 202 do que na terça-feira, das quais 681 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais 11, dois valores que também representam novos máximos da fase pandémica.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, Portugal já registou 9.465 mortes associadas à covid-19 e 581.605 infeções pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 143.776 casos, mais 7.935.
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