Em declarações à imprensa após uma reunião com a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, o responsável holandês, que assumirá o cargo a 01 de março, disse estar consciente de que é necessário “restaurar a confiança” na Frontex, abalada por denúncias de cumplicidade na expulsão ilegal de migrantes, o que levou à demissão do anterior diretor, o francês Fabrice Leggeri, no ano passado.
“Para mim, há três princípios orientadores. Em primeiro lugar, a responsabilização, e isso conta para a organização como tal, mas também para cada agente da Frontex individualmente. Segundo, os direitos fundamentais. Não se trata de direitos fundamentais ou de gestão de fronteiras: ambos andam de mãos dadas. E, por último, mas não menos importante, porque penso que essa é a base de tudo: a transparência”, disse.
“Temos de nos dizer e mostrar o que fazemos. Devemos ser muito abertos e transparentes na forma como trabalhamos e também como trabalhamos em conjunto com os países e com a Comissão, para garantir que todos possam ver e compreender o que estamos a fazer, e também por que o estamos a fazer, porque no cerne da Frontex estão os valores europeus. A Frontex é uma agência europeia, por isso devemos respirar os valores europeus, e não deve restar absolutamente nenhuma dúvida sobre isso”, declarou.
Insistindo que “uma organização como a Frontex tem de inspirar confiança e ver assegurada a sua legitimidade”, Leijtens admitiu igualmente a necessidade de “renovar e melhorar o modo de funcionamento” da agência “e realmente proporcionar resultados tangíveis”, melhorando a sua eficácia.
“Temos, de facto, muitos desafios, mas estou muito confiante na capacidade das pessoas profissionais e dedicadas da Frontex”, disse.
Por seu lado, a comissária Ylva Johansson considerou que Leijtens tem o perfil certo para assumir os comandos da Frontex, assumindo que a agência enfrenta “tempos difíceis”.
A comissária sueca fez questão de elogiar o trabalho da diretora interina, a lituana Aija Kalnaja, que assumiu a chefia da agência a 01 de julho, após a saída de Leggeri, apontando que “fez um excelente trabalho para restaurar a confiança” na Frontex, agência com sede em Varsóvia.
Hans Leijtens, ex-comandante da polícia militarizada real neerlandesa, foi nomeado a 20 de dezembro passado diretor-executivo da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, para um mandato de cinco anos, a ter início da 01 de março próximo.
O ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita foi um dos candidatos ao cargo de diretor-executivo da Frontex, mas em novembro foi divulgado que o seu nome não constava na lista de finalistas.
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