A campanha, que decorre presencialmente nos supermercados de todo o país e conta com cerca de 40 mil voluntários, tem o tema ‘Esperança’ para ajudar as famílias a “fazer frente às dificuldades económicas e sociais”, segundo um comunicado do Banco Alimentar.
Para além da campanha presencial no fim de semana, a recolha prosseguirá até 14 de maio através de vales disponíveis nos supermercados ou no canal ‘online’ www.alimentestaideia.pt.
Os 21 Bancos Alimentares, em parceria com cerca de 2.600 instituições e entidades que atuam no terreno, distribuem diariamente bens alimentares a mais de 400 mil pessoas em Portugal.
Segundo a presidente do BA, desde o início do ano até 20 de abril, a instituição recebeu 3.330 novos pedidos de ajuda, o que representa um aumento de 93% em relação ao mesmo período de 2022, quando tinham chegado 1.725 pedidos.
Isabel Jonet alertou que mais do que a expectativa, conta a vida real dos portugueses e “aquilo que sentem no seu dia-a-dia é que o dinheiro que ganham não chega para as necessidades do agregado familiar”, muito à custa da alimentação e da habitação.
“Penso que nos próximos meses a situação se vai continuar a agravar e o que eu prevejo é que haja também algum reflexo por parte das entidades que empregam e só espero que não comece a subir o desemprego”, apontou.
Relativamente aos apoios que têm sido criados para as famílias, Isabel Jonet apontou que muitas vezes mais não são do que um “balão de oxigénio” e criticou que nada esteja a ser feito no combate à pobreza estrutural.
Disse estar igualmente apreensiva em relação a pessoas que passaram por uma situação de pobreza conjuntural, ou seja, na sequência da crise económica, e que “vão passar para uma situação de pobreza estrutural”.
Perante estes dados, Isabel Jonet não tem dúvidas de que o número de pobres em Portugal vai aumentar durante 2023, independentemente de todos os apoios sociais dados pelo Governo.
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