De acordo com os números da Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 85% dos 53.386 migrantes registados até 10 de maio chegaram a Itália. Os restantes 15% chegaram à Grécia, a Chipre e a Espanha.

Apesar da forte diminuição global (o volume de migrantes é menos de um terço em relação ao ano passado), o caso de Itália é o que mais preocupa a OIM.

Até 10 de maio, adianta ainda a OIM, morreram nas águas do Mediterrâneo pelo menos 1.309 pessoas. A organização não referiu o número de mortos no mesmo período do ano passado, mas balanços anteriores davam conta de um aumento superior a três vezes na rota do Mediterrâneo Central (Líbia-Itália).

A OIM também destacou um aumento substancial nas chegadas de migrantes marroquinos e do Bangladesh a Itália, o que indica uma nova tendência na rota migratória que liga o norte de África à Europa.

Dos mais de 30 mil migrantes e refugiados que chegaram às costas italianas até ao final de abril deste ano, mais de sete mil são originários de Marrocos e do Bangladesh, sete vezes mais do que os cerca de mil de ambas as nacionalidades no mesmo período de 2016.

Os números da OIM indicam que pelo menos 2.425 imigrantes marroquinos chegaram a Itália até ao final de abril de 2017 (face aos 893 contabilizados pela agência da ONU no mesmo mês do ano passado).

No entanto, o maior aumento regista-se nos migrantes provenientes do Bangladesh: 4.600 este ano, contra apenas três registados pelas autoridades italianas até ao final de abril de 2016. Ainda assim, explicou em conferência de imprensa o porta-voz da OIM, Joel Millman, a número de migrantes do Bangladesh que chegaram a Itália a partir de abril último aumentou consideravelmente.

Os migrantes do Bangladesh representam a segunda nacionalidade mais representada no total de migrantes que usam a rota do Mediterrâneo Central para entrar na Europa, apenas atrás dos nigerianos (5.250 até ao final de abril).

Antes de a Líbia ter entrado no atual estado de "caos e instabilidade", disse Millman, com dois governos e vários grupos e milícias a reivindicar partes do território, "este país do Norte de África era um destino popular para os habitantes do Bangladesh em busca de oportunidades de trabalho".