Este crescimento é o resultado de “anos de esforços de conservação, que desempenharam um papel essencial na recuperação de tartarugas marinhas, mesmo em populações pequenas”, lê-se num comunicado divulgado pela Associação Americana Para o Avanço da Ciência sobre o estudo, publicado na revista Science Advances.
Com base na análise de estimativas anuais, uma equipa liderada por Antonios Mazaris, investigador da Universidade Aristóteles de Salónica, Grécia, encontrou maioritariamente crescimentos populacionais dentro das unidades de gestão regionais para cada espécie (95 casos de crescimento significativo, em comparação com 35 casos de declínio).
Apesar da tendência de crescimento, estes resultados complementam as considerações da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que classifica seis das sete espécies de tartarugas marinhas em todo o mundo como em perigo de extinção.
Para perceberem o estado atual das populações de tartarugas marinhas, os investigadores analisaram 4.417 estimativas da abundância de nidificação de tartarugas marinhas, que têm por base períodos de recolha de dados que variaram entre seis e 47 anos, e utilizaram estimativas a partir de 2010 para avaliar o período de tempo necessário para detetar tendências significativas.
“Apesar de os períodos de recolha de dados de nidificação mais longos serem importantes para detetar as tendências populacionais, os intervalos mais curtos, não utilizados atualmente pela IUCN, podem também fornecer informações importantes”, lê-se no comunicado.
Os investigadores destacam ainda a necessidade de informações atualizadas e contínuas do local de nidificação.
As tartarugas marinhas têm sofrido declínios populacionais constantes, devido à captura de adultos e recolha de ovos durante a época de desova e à captura não intencional em redes de pesca, motivando esforços de conservação globais desde a década de 1950, através da aplicação de regulações estritas sobre a atividade piscatória e de medidas de proteção das praias.
Em julho, o Governo de Cabo Verde aprovou a criminalização do consumo de carne e ovos de tartaruga, reforçando as medidas previstas no regime jurídico especial de proteção das tartarugas marinhas, que incluem penalizações para a captura e venda de produtos derivados, num país que tem a terceira maior população de tartarugas marinhas ‘Caretta caretta’ do mundo.
Na ilha cabo-verdiana do Sal, o projeto de conservação de tartarugas Project Biodiversity tem concentrado esforços no patrulhamento das praias à noite durante a época de desova e na sensibilização, durante todo o ano, das populações para a conservação.
Também São Tome e Príncipe aprovou, em 2014, legislação que proíbe a captura e comercialização de tartarugas marinhas, mas as organizações não-governamentais ligadas à proteção destes animais consideram que ainda há muito trabalho de sensibilização por fazer.
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