De acordo com o jornal, o incidente ocorreu em meados de janeiro 2018 também na autarquia de Paris numa receção que tradicionalmente é oferecida ao corpo diplomático para marcar o novo ano.

A suposta vítima, Benjamin G., 39 anos, disse ao jornal que durante a cerimónia o núncio o apalpou e que sorriu como se fosse algo normal".

Os dois trabalhadores apresentaram queixa e prestaram declarações às autoridades.

Fontes judiciais indicaram à agência de notícias espanhola EFE que não vão comentar estas informações porque existe uma investigação preliminar em curso.

As investigações foram abertas em 24 de janeiro, depois de o presidente da câmara ter transmitido ao Procurador os factos relatados pela primeira alegada vítima, tendo sido aberta uma investigação.

A notícia do primeiro caso foi avançada na edição do Le Monde de dia 15 de fevereiro, referindo que os factos em investigação terão ocorrido no interior das instalações do município durante uma cerimónia ocorrida a 17 de janeiro último.

Na sexta-feira, o Vaticano disse aguardar agora o resultado das investigações.

Luigi Ventura, 74 anos, entrou para o serviço diplomático do Vaticano em 1978 e foi núncio apostólico na Costa do Marfim, Burkina Faso e Níger, antes de ser enviado em 1999 para o Chile, cargo que ocupou durante dois anos, antes de partir para o Canadá.

Em 2009, foi enviado pelo papa Bento XVI para Paris, em substituição de Fortunato Baldelli, nomeado para um cargo em Roma.

Quando atingir os 75 anos em 2019, Ventura terá que se reformar, segundo as regras do Vaticano, tendo de apresentar a sua resignação ao papa Francisco, que pode contudo aceitar um prolongamento ligeiro do exercício do cargo.

Ventura é o terceiro diplomata do Vaticano acusado de má conduta sexual. Em junho de 2018, o tribunal do Vaticano condenou o monsenhor Carlo Capella pela posse e distribuição de pornografia infantil e condenou-o a cinco anos de prisão.

Em 2013, o Vaticano acusou o seu embaixador na República Dominicana, monsehor Jozef Wesolowski, por abusos sexuais a rapazes. Wesolowski acabou por morrer antes de ser julgado criminalmente pelo tribunal do Vaticano.