Nuno Cardoso, que desde 2007 é o diretor artístico do Ao Cabo Teatro, assumirá funções a 1 de janeiro de 2019, segundo comunicado do Ministério da Cultura.

O recém nomeado diretor do S. João tem uma carreira de quase três décadas, tendo sido coordenador de programação do Teatro Carlos Alberto, entre 2003 e 2007, quando o o S. João era dirigido por Ricardo Pais.

Encenador e ator, Nuno Cardoso nasceu em Canas de Senhorim, em 1970, iniciou o seu percurso teatral no início da década de 1990, integrando o CITAC — Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra.

No comunicado hoje divulgado, o Ministério da Cultura agradece a Nuno Carinhas “o enorme sentido de missão, dedicação e empenho ao longo de quase dez anos na direção artística do TNSJ”.

Nesta nota de imprensa, o Ministério da Cultura agradece a Nuno Carinhas a “forma exemplar” como desempenhou as suas funções, bem como o “enorme sentido de missão, dedicação e empenho” demonstrados ao longo dos quase dez anos em que assumiu a direção artística do S. João.

Para o Ministério, Nuno Carinhas, que dirige o S. João desde março de 2009, distinguiu-se pela divulgação dos grandes repertórios dramáticos, nomeadamente, dos dramaturgos de língua portuguesa, “pautando-se sempre por critérios de excelência técnica e artística”.

Sob a direção de Nuno Carinhas – ligado ao S. João desde 1996, como encenador, cenógrafo e figurinista, e que é hoje um dos criadores de referência no panorama português -, aquela sala de espetáculos do Porto deu ainda “especial atenção ao tecido teatral da cidade e do país”, nomeadamente através do desenvolvimento de uma política de coprodução com outras estruturas e companhias”, acrescenta o Ministério.

Neste momento, o TNSJ tem em cena “Otelo ou o Mouro de Veneza”, uma encenação de Nuno Carinhas, que assim regressou a Shakespeare pela segunda vez na carreira, um ano depois de ter levado ao palco “Macbeth”.

Com tradução e versão cénica de Daniel Jonas, a peça teve estreia no passado dia 28 e abriu a nova temporada deste Teatro Nacional.

Sobre Nuno Cardoso, como ator, fez parte do elenco de peças encenadas por Paulo Lisboa, Paulo Castro, João Paulo Seara Cardoso, Nuno M. Cardoso, João Garcia Miguel, Victor Hugo Pontes, entre outros, interpretando textos de autores como Eurípides, William Shakespeare, J.W. Goethe, Anton Tchékhov, Frank Wedekind, Fiodor Dostoievski, Gregory Motton, Bernard-Marie Koltès e Peter Handke.

Do seu trabalho como ator destaca-se ainda a trilogia constituída pelos espetáculos “Subterrâneo”, encenado por Luís Araújo (2016), “Náufrago”, encenado por John Romão (2016), e “Apeadeiro” (2017).

Em 1994, Nuno Cardoso foi um dos fundadores do coletivo Visões Úteis, onde foi responsável por espetáculos como “Porto Monocromático” (1997).

É diretor artístico do Ao Cabo teatro onde tem trabalhado autores como Shakespeare e Tchékhov, e encenado dramaturgos como Ésquilo, Sófocles, Molière, Racine, Henrik Ibsen, Friedrich Dürrenmatt, Federico García Lorca, Eugene O’Neill, Tennessee Williams, Lars Norén, Sarah Kane e Marius von Mayenburg, entre outros.

Paralelamente, Nuno Cardoso tem desenvolvido projetos teatrais de cariz comunitário ou envolvendo não profissionais, como os que concretizou no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, em 2001, a partir de “Ricardo II”, de Shakespeare, interpretado por jovens residentes no bairro da Cova da Moura (2207), ou “Porto S. Bento” (2012), com moradores do Centro Histórico do Porto.

“O despertar da primavera”, de Wedekind (2004), “Woyzeck”, de Büchner, no ano seguinte, e “Platónov”, de Tchékhov, em 2008, contam-se entre os trabalhos que encenou no Teatro Nacional S. João.

“Coriolano”, de Shakespeare (2004), e “Veraneantes”, de Gorky, em 2007, foram trabalhos da sua autoria em coprodução com este Teatro Nacional.

Com a encenação de “Demónios”, de Lars Norén, Nuno Cardoso recebeu o Prémio Autores 2016 da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), na categoria de melhor espetáculo.

[Notícia atualizada às 14h57 com informação adicional sobre o currículo de Nuno Cardoso e com nota de agradecimento do Ministério da Cultura a Nuno Carinhas]

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