Escreve o The Guardian que a tradicionalmente poluída cidade de Banguecoque tem enfrentado uma nuvem de smog que a encobre há semanas. Emissões do tráfego automóvel, construção civil sem restrições, queimas de resquícios agrícolas e poluição fabril e a ausência de vento para dispersar todo este material poluente têm sido alguns dos fatores apontados para o fenómeno.

A administração metropolitana de Banguecoque intensificou as medidas de segurança, ao ordenar as 437 escolas públicas da cidade a encerrar desde a hora de almoço até a próxima sexta-feira. Para além disso, designou os 1.500 metros quadrados da cidade como uma “área de controlo”.

“A situação será má até dia 3 ou 4 de fevereiro, por isso decidi encerrar as escolas”, disse o governador de Banguecoque, Aswin Kwanmuang. As autoridades esperam assim que as escolas só reabram no dia 4, segunda-feira, visando também reduzir o tráfego automóvel até lá.

Dos 50 distritos (nomenclatura da divisão administrativa da cidade) de Banguecoque, Kwanmuang diz que entre três a quatro foram “severamente atingidos por smog”. O próximo passo do executivo pode passar por emitir um aviso para que as pessoas não façam exercício ao ar livre, incluindo parques.

À medida que as máscaras de proteção se esgotam nas lojas, a indignação da população tem aumentado, levando a várias críticas à atuação governamental nas redes sociais. Medidas como gerar chuva artificial, borrifar viadutos para captar micro-poluentes e pedir às pessoas para não queimar varas de incenso por ocasião do Ano Novo Chinês foram recebidas com escárnio pelos habitantes da cidade.

Demonstrando um maior reforço das medidas, o município vai lançar uma frota de drones que vão despejar uma solução líquida açucarada para tentar limpar o ar das partículas microscópicas. Não se sabe o quão eficiente esta solução poderá ser, tendo em conta a dimensão da nuvem que afeta a cidade.

As partículas finas, chamadas PM2,5 (de diâmetro inferior ou igual a 2,5 micrómetros), são consideradas as mais nocivas para a saúde, pois penetram mais profundamente nos pulmões.

Há um mês que os níveis destas partículas estão na faixa dos 80-100 microgramas por metro cúbico em alguns pontos da capital, tendo ontem atingido as 86 microgramas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um nível de exposição máximo diário de 25 microgramas.

A Air Visual, uma agência independente que mede o índice da qualidade do ar, identificou hoje Banguecoque com uma pontuação de 156. Na escala norte-americana que emprega, qualquer pontuação entre 151 e 200 representa o nível “pouco saudável”.

Os níveis são superiores a algumas cidades chinesas, mas vastamente inferiores a Calcutá, que à data da publicação deste artigo registava uma impressionante pontuação de 486 valores, quase no topo da escala (500) e que se situa no nível “perigoso”.

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