O acordo de cessar-fogo no Líbano entrou em vigor esta quarta-feira, às 04:00 locais (02:00 em Lisboa).
O primeiro-ministro israelita tinha anunciado previamente que o Gabinete de Segurança aceitou a proposta de acordo de cessar-fogo de 60 dias no Líbano, mas frisou que Israel manterá a “liberdade de ação” se o Hezbollah violar o compromisso.
“A duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano e manteremos total liberdade de movimentos”, declarou o chefe do Governo.
Milhares de tropas libanesas adicionais e forças de manutenção da paz da ONU vão ser destacadas para o sul e um painel internacional vai controlar o cumprimento do acordo.
O antes
Poucas horas antes de o cessar-fogo entrar em vigor, a força aérea israelita continuou a bombardear fortemente vários pontos do Líbano, incluindo o centro e arredores de Beirute, entre os ataques mais violentos desde o início da guerra.
O Exército israelita confirmou ataques em Beirute, Sídon, Tiro e Bekaa, enquanto as sirenes dos alarmes antiaéreos também se ouviram no norte de Israel devido a lançamentos de projéteis do Hezbollah.
E o depois
Horas depois, após a entrada em vigor do acordo, o exército de Israel avisou os habitantes do sul do Líbano para não se aproximarem das posições israelitas.
"Com a entrada em vigor do cessar-fogo e com base nas suas disposições, as IDF [Forças de Defesa de Israel] permanecem nas suas posições no sul do Líbano", declarou o porta-voz do exército, Avichay Adraee, numa mensagem na rede social X.
"É proibido deslocarem-se para as aldeias que as IDF ordenaram evacuar ou em direção às forças das IDF na região", acrescentou.
Entretanto, o exército israelita anunciou também a restrição noturna dos movimentos da população no sul do Líbano.
Assim, a população está proibida de se deslocar para as aldeias cuja evacuação o exército israelita ordenou no sul e, por outro lado, de atravessar o rio Litani entre as 17:00 (15:00 GMT) de quinta-feira, disse numa mensagem na rede social X o porta-voz do exército de língua árabe, Avichay Adraee.
A medida surge depois das movimentações nas últimas horas, já que milhares de libaneses deslocados pelos confrontos iniciaram o regresso para as suas casas, após dois meses de guerra aberta.
A estrada que leva ao sul do Líbano ficou mesmo congestionada por carros e camiões sobrecarregados, cujos motoristas cantavam e acionavam as buzinas.
*Com agências
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